Atividade empresarial da zona do euro acelera em agosto com crescimento de novos pedidos, mostra PMI

As empresas da zona do euro viram em agosto os novos pedidos aumentarem pela primeira vez desde maio de 2024, ajudando a atividade geral a se expandir no ritmo mais rápido em 15 meses, apesar da persistente fraqueza nas exportações, mostrou uma pesquisa nesta quinta-feira (21).
O Índice de Gerentes de Compras Composto Flash da zona do euro (HCOB), compilado pela S&P Global, subiu para 51,1 em agosto, ante 50,9 em julho, marcando a terceira melhora mensal consecutiva e o nível mais alto desde maio de 2024. Uma pesquisa da Reuters havia previsto uma queda para 50,7.
Leituras do PMI acima de 50,0 indicam crescimento da atividade, enquanto abaixo desse nível apontam contração.
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“Está melhorando. A atividade econômica aumentou tanto na indústria quanto nos serviços. No geral, vimos uma leve aceleração do crescimento nos últimos três meses”, disse Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank.
O setor industrial mostrou melhora notável, com o PMI principal subindo para 50,5 ante 49,8 em julho, entrando em território de expansão pela primeira vez em mais de três anos. A produção industrial cresceu no ritmo mais rápido em quase três anos e meio, com o subíndice subindo para 52,3, de 50,6.
A atividade do setor de serviços continuou em expansão, mas em ritmo reduzido, com o PMI do setor, que é dominante no bloco, caindo para 50,7 ante 51,0 em julho.
A Alemanha, maior economia da Europa, registrou seu crescimento mais rápido desde março, impulsionada por uma sólida expansão industrial, apesar do desempenho fraco dos serviços. A contração da França diminuiu para uma leve queda, a menor em um ano, enquanto o crescimento no restante da zona do euro continuou, embora com leve desaceleração.
As empresas continuaram contratando pelo sexto mês consecutivo, com o ritmo de criação de empregos acelerando para o mais alto desde junho de 2024. Os ganhos de emprego se concentraram nos serviços, enquanto os fabricantes continuaram a cortar vagas.
As pressões inflacionárias se intensificaram em agosto, com os custos de insumos subindo no ritmo mais acentuado em cinco meses. A inflação de custos no setor de serviços acelerou para o nível mais alto desde março, enquanto os preços de venda em todo o bloco subiram no ritmo mais rápido em quatro meses.
“O Banco Central Europeu pode torcer o nariz um pouco com o aumento das pressões de custo no setor de serviços. Afinal, ele conta com um crescimento salarial mais lento para ajudar a reduzir a inflação nessa parte crucial da economia”, acrescentou de la Rubia.
“Dito isso, há um certo alívio no fato de que a inflação dos preços de venda do setor de serviços permaneceu mais ou menos estável”, disse.
Os formuladores de política do Banco Central Europeu (BCE) são vistos como propensos a esperar até dezembro caso decidam cortar as taxas mais uma vez, segundo uma pesquisa da Reuters, mas já não há mais consenso majoritário sobre onde a taxa de depósito estará até o final do ano.