Internacional

Atos antidemocráticos: Capitólio brasileiro gera repercussão internacional negativa

09 jan 2023, 13:51 - atualizado em 09 jan 2023, 13:51
Capitólio
Versão brasileira do Capitólio gera forte reação negativa dos principais entes internacionais (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Uma semana após a posse do novo governo, atos antidemocráticos nas sedes dos Três Poderes causaram reação enérgica da imprensa internacional, além de chefes de Estado e entidades internacionais por todo o Ocidente.

Josep Borrell, o alto representante da União Europeia, disse em nota oficial que o bloco condena “nos mais duros termos os atos de violência ocorridos em Brasília no domingo”.

As mesmas linhas foram usadas pelo primeiro-ministro Justin Trudeau ao afirmar em seu Twitter que o “o respeito ao direito democrático das pessoas é primordial em todas as democracias”. O chefe de governo canadense prosseguiu reafirmando apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)  e às instituições democráticas do Brasil.

Já o Secretário de Estado dos EUA Antony Blinken disse ser “sempre inaceitável o uso de violência para atacar instituições democráticas” — a mesma fala foi feita por Joe Biden, que acrescentou estar preparado para trabalhar com Lula daqui em diante.

O presidente argentino Alberto Fernández, que também é presidente de turno da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e do Caribe (Celac) e do Mercosul, disse ter colocado em “alerta todos os membros [das alianças]” para que se unam contra a reação antidemocrática.

A Organização dos Estados Americanos (OEA), na figura do Secretário Geral Luis Almagro, classificou os atos como “inaceitáveis e detentores de uma natureza fascista”.

Atos de Brasília viram ‘Capitólio’ brasileiro

Onipresente nos principais jornais mundiais, que há uma semana deram destaque ostensivo à posse de Lula, os eventos antidemocráticos ocorridos ontem em Brasília foram comparados à invasão do Capitólio (prédio do Congresso americano) no dia 6 de janeiro de 2021.

Como põe o El País, da Espanha, as imagens vistas ontem “lembram poderosamente a invasão do Capitólio pelos partidários do derrotado Donald Trump”.

O veículo também diz que os atos do domingo foram “o momento que os democratas brasileiros temiam há meses, porque o agora ex-presidente Bolsonaro vinha mantendo um discurso de ataque sistemático contra o sistema de votação e as autoridades eleitorais”.

Na mesma linha, o britânico The Guardian salienta que observadores internacionais passaram meses alertando que “radicais bolsonaristas poderiam protagonizar uma versão sul-americana da invasão do Capitólio dos EUA, na esperança de reverter a vitória de Lula”.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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