Atrasos de voos nos EUA se acumulam com falta de controladores de tráfego aéreo; partidos discutem saída da paralisação
						Autoridades norte-americanas atrasaram uma nova rodada de voos nesta segunda-feira (3) e companhias aéreas afirmaram que 3,2 milhões de passageiros foram atingidos por atrasos ou voos cancelados devido a um aumento nas ausências dos controladores de tráfego aéreo em meio à falta de pagamento, enquanto a paralisação do governo entrou em seu 34º dia.
Enquanto isso, no Congresso dos Estados Unidos, foram vistos os primeiros vislumbres do fim do shutdown quando os principais republicanos e democratas do Senado falaram sobre uma possível “saída” da paralisação.
- SAIBA MAIS: Fique por dentro dos melhores conteúdos do Money Times sem pagar nada por isso; veja como
 
A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) informou que houve atrasos em terra nos aeroportos de Dallas e Austin devido à falta de controladores de tráfego aéreo. Cerca de 2.900 voos sofreram atrasos nesta segunda-feira e outros atrasos poderão ser registrados nos aeroportos de Houston e Washington, segundo a FAA.
A paralisação forçou 13 mil controladores de tráfego aéreo e 50 mil funcionários da Administração de Segurança dos Transportes a trabalhar sem remuneração e prejudicou dezenas de milhares de voos.
Mais de 3,2 milhões de passageiros tiveram seus voos atrasados ou cancelados devido a problemas com a equipe de controle de tráfego aéreo desde o início da paralisação, em 1º de outubro, disse a Airlines for America, que representa a American Airlines, a United Airlines, a Southwest Airlines, a Delta Air Lines, a JetBlue Airways e outras grandes companhias aéreas.
O grupo afirmou que 16% dos atrasos foram causados por problemas de pessoal em outubro, acima dos 5% típicos antes da paralisação, número que cresceu para 79% nos dois primeiros dias de novembro.
As companhias aéreas estão entrando em contato com os parlamentares para manifestar sua preocupação com o impacto das interrupções nas operações.
O presidente-executivo da United, Scott Kirby, disse que a paralisação está afetando as reservas de voos e que as companhias aéreas estão preocupadas com o início iminente da temporada de viagens de férias.
A paralisação exacerbou a já existente escassez de pessoal, ameaçando causar interrupções generalizadas semelhantes àquelas que ajudaram a encerrar uma paralisação do governo de 35 dias em 2019.
A FAA tem cerca de 3.500 controladores de tráfego aéreo a menos do que os níveis de pessoal pretendidos e muitos estavam trabalhando horas extras obrigatórias e semanas de seis dias, mesmo antes da paralisação.
Acordo à vista?
“Estou otimista”, disse o líder da maioria no Senado, o republicano John Thune, a jornalistas, questionado sobre as perspectivas de encerrar a paralisação do governo, que faz com que muitos funcionários federais desempenhem suas funções sem receber salários.
Perguntado se estava confiante no fim da paralisação, Thune, de Dakota do Sul, hesitou, dizendo: “Não force a barra”.
O comentário foi uma pequena, mas significativa mudança de tom. Os democratas vincularam o financiamento do governo à extensão de um subsídio de seguro-saúde dos EUA que está prestes a expirar.
As famílias de baixa renda estão vendo seus benefícios de vale-alimentação expirarem ou serem financiados apenas parcialmente.
“Com base na minha intuição de como essas coisas funcionam, acho que estamos chegando perto de uma saída”, disse Thune.
O segundo democrata do Senado, Dick Durbin, de Illinois, disse: “Também sinto isso”.
Mas logo acrescentou: “Ainda estamos presos a essa premissa do que faremos com relação aos custos da saúde”.
A presidente do Comitê de Apropriações do Senado, Susan Collins, do Maine, disse a jornalistas que houve progresso, com os democratas oferecendo uma linguagem específica para resolver o impasse e as equipes de ambos os partidos trabalhando no fim de semana. “Esta semana parece melhor”, disse ela.
No entanto, Collins advertiu: “Tudo pode desmoronar novamente. E não estou querendo dizer que há um acordo”.
Enquanto isso, um grupo bipartidário de moderados da Câmara dos Deputados apresentou um plano de compromisso.
O Axios informou que um grupo de quatro centristas da Câmara, três republicanos e um democrata, ofereceu um plano para estender o crédito fiscal ampliado do Affordable Care Act por dois anos, mas com novos limites para as pessoas cuja renda está no limite superior da qualificação.