Inflação nos EUA ajuda a movimentar o mercado; veja os destaques desta sexta (5)
A inflação nos Estados Unidos e a expectativa do mercado para um possível corte de juros no país foram alguns dos destaques do Giro do Mercado desta sexta-feira (5).
A apresentadora Paula Comassetto recebeu Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, para analisar os principais destaques do mercado.
No Brasil, o dia iniciou positivo, com Ibovespa (IBOV) quase nos 165 mil pontos, mas o principal índice da Bolsa passou a cair mais de 3% com a notícia de que o candidato à Presidência escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro será o seu filho Flávio Bolsonaro (PL).
A expectativa do mercado brasileiro para o ano que vem é de muita volatilidade. 2026 será um ano de eventos significativos como as eleições, a Copa do Mundo de futebol e diversos feriados prolongados, ressaltam analistas.
Hoje, além do cenário eleitoral, o mercado também esteve atento ao PCE de setembro, indicador de inflação preferido do Federal Reserve (Fed).
O PCE subiu 0,3% em setembro, segundo divulgado pelo Bureau of Economic Analysis (BEA) nesta sexta-feira (5). O PCE foi a 2,8% em um ano — ainda acima, e se afastando, da meta de 2% perseguida pelo Fed.
Para Shahini, da Nomad, esse número não mudou as apostas para a próxima reunião do Fed. “É importante notar que o Fed precisa perseguir a inflação na meta, garantindo o pleno emprego”.
Sem muitas surpresas na inflação e o mercado de trabalho americano enfraquecido, existe uma possibilidade do Fed se tornar mais flexível na política monetária e cortar os juros na próxima reunião, disse.
Ele também lembrou que o presidente dos EUA, Donald Trump, deve anunciar em breve a substituição do presidente do Fed, Jerome Powell.
O mercado tem medo que a independência do Banco Central fique comprometida caso a nomeação de Kevin Hassett venha a se concretizar, disse o especialista. A grande preocupação se deve à proximidade de Hassett com o governo Trump, acrescentou.
Outro destaque do programa foi a movimentação do dólar, que amanheceu um pouco mais forte. Para Bruno Shahini, a fraqueza global do dólar “foi uma tendência no ano”.
“Olhando para o Brasil, o diferencial de juros doméstico foi muito elevado, com a Selic a 15%. Isso acaba atraindo capital estrangeiro e tem resultado na queda de quase 14% do dólar no ano”, analisou.
Para o Brasil, neste final de ano, os especialistas ainda apontam para a possibilidade de continuidade do rali da bolsa brasileira.