Combustíveis

Aumento do diesel deve pressionar inflação de outros setores, avaliam economistas

10 maio 2022, 8:17 - atualizado em 10 maio 2022, 8:43
Petrobras Combustíveis Gasolina Etanol
No entanto, um reajuste de quase 9% num combustível que é a base do transporte de carga da economia brasileira levaria a outros aumentos (Imagem: REUTERS/Max Rossi/File Photo)

O aumento de 8,87% no preço do diesel nas refinarias, anunciado pela Petrobras (PETR4), terá impacto direto reduzido no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mas alimenta e espalha pressões inflacionárias.

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Nas contas da LCA Consultores, o reajuste deve elevar em 0,02 ponto porcentual o IPCA. Isto é, a inflação de 8,04% projetada para este ano pela consultoria ficaria em 8,06%.

No entanto, um reajuste de quase 9% num combustível que é a base do transporte de carga da economia brasileira levaria a outros aumentos.

“Esse reajuste acaba espalhando as pressões inflacionárias para outros setores, e o efeito indireto é o mais perverso”, afirma o economista André Braz, coordenador de índices de preços da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Ele observa que, em 12 meses, o diesel já subiu 52,53% (pelo IPCA-15), e um reajuste de 8,87% na refinaria deve representar uma alta entre 4% e 5% sobre um aumento acumulado já muito elevado. Isso só engrossa, segundo ele, a necessidade de correção de preços de vários serviços movidos a diesel.

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Nessa lista de serviços, estão os transportes urbano e rodoviário, a movimentação das máquinas no campo para a produção agrícola e, especialmente, o custo do frete de carga.

O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, disse que essa nova alta do diesel elevará o custo do frete e resultará em aumento de preços dos produtos no varejo. “Realmente, precisa ser feita alguma coisa, porque o transporte está entrando em colapso, e quem sofre é a sociedade.”

Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, concorda com Braz, da FGV. “Esse aumento do diesel pode se espalhar e pegar toda a cadeia de distribuição”, afirma. Ele ressalta que as pressões inflacionárias que estão se acumulando nos preços dos alimentos e de transportes podem provocar uma revisão da sua projeção da inflação deste ano, de 7,8% para algo chegando a 9%.

Bruno Imaizumi, economista da LCA Consultores, vê novas pressões à frente. Ele espera reajuste do preço da gasolina em breve, diante da defasagem da cotação do combustível no mercado interno ante o preço internacional. Isso pode puxar a inflação. Nas suas contas, a defasagem da gasolina hoje é de R$ 0,50 por litro. (Colaborou Daniela Amorim)

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.

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