Internacional

Austrália segue os passos da China e usa tecnologia para rastrear covid-19

14 ago 2022, 15:00 - atualizado em 12 ago 2022, 21:24
Coronavírus Xangai
Austrália segue os passos da China e usa a tecnologia para identificar contaminados e rastrear contatos no combate ao coronavírus (Imagem: REUTERS/Aly Song)

A Austrália decidiu seguir os passos da China e usar a tecnologia para ajudar no combate contra a covid-19. Apesar de esse tipo de vigilância ser criticado por várias democracias liberais, alegando violação aos direitos humanos, a utilização de dados para rastrear os casos de coronavírus e monitorar os infectados tem sido eficaz no controle da doença.

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A prática está sendo testada nos estados australianos de Nova Gales do Sul, Vitória, Austrália do Sul e Tasmânia. Nessas localidades, uma pessoa contaminada com o coronavírus deve permanecer em quarentena domiciliar por sete dias, assim como aqueles com quem teve contato próximo.

A tecnologia de reconhecimento facial e o rastreamento por GPS são usados para identificar a pessoa através de uma “selfie” e sua localização. O monitoramento é feito pela polícia local, que envia mensagens de texto periodicamente, e o compartilhamento de dados ocorre através do consentimento do uso por meio de um aplicativo.

Como resultado, a Austrália representa apenas 1,66% do total global de casos de covid-19 no mundo. Conforme dados oficiais da Organização Mundial da Saúde (OMS) até quinta-feira (11), o chamado país-continente possui 9,712 milhões de casos confirmados contra mais de 585 milhões de casos globais.

Em termos de óbitos, a Austrália registrou cerca de 12,5 mil mortes pela doença, representando 0,2% do total de mortes globais, ainda segundo a OMS. Já os Estados Unidos amargam o topo desse ranking, com mais de 91 milhões de casos confirmados e cerca de 1 milhão de mortes por covid-19.

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China é exemplo

A prática adotada na Austrália passou a ser destaque no noticiário internacional na última semana, mas a estratégia já é muito comum na China. Desde a descoberta do novo coronavírus em Wuhan, o uso da tecnologia vem sendo utilizado no controle e prevenção de novos surtos.

Especialista em administração pública e morador da cidade chinesa desde 2010, o brasileiro José Renato Peneluppi Júnior avalia que o covid-19 gerou um processo disruptivo econômico e tecnológico na China. Ele explica que a estratégia foi recriar mecanismos e processos produtivos já existentes para o enfrentamento da doença.

“O QR Code, por exemplo, era usado como forma de pagamento e transporte público através do celular e aí foi reconvertido para gerar um mapeamento individual e coletivo”, ilustra. “Então, onde você circula, existe a opção de escanear um código que fica em cada lugar, estabelecimento e aí cria-se uma mapa ao longo do dia”, emenda.

Tecnologia como um bem social

Peneluppi avalia que a tecnologia e os dados (data) são em prol da população, ao invés do interesse econômico no uso de algoritmos por parte de grandes conglomerados. “Então, há um grande choque de valores: a informação como produto ou como bem público social”, avalia o pesquisador, que também é empresário na China na área de educação.

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Através de um código de cores (vermelho, verde, amarelo ou cinza), as pessoas ficam cientes se correm o risco de infecção por covid-19. Ainda conforme dados oficiais, o atual segundo país mais populoso do mundo representa um percentual ínfimo de casos (0,16%) e óbitos (0,08%) em termos globais.

Além disso, há o que o especialista chama de “tecnologia social”. “É uma forma de organização que se baseia em quatro frentes de combates contra o coronavírus”, diz.

Trata-se de uma tática que leva em conta o isolamento social, a testagem em massa, o rastreamento e tratamento dos infectados. Segundo ele, a estratégia foi adotada em Wuhan ainda em 2020 e serve até hoje como modelo de controle e prevenção contra novos surtos em toda a China – e, agora, em outros países também.

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Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
olivia.bulla@moneytimes.com.br
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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