Bancos

Autoridades de bancos centrais buscam novo papel em admirável mundo novo

10 nov 2020, 11:49 - atualizado em 10 nov 2020, 11:49
BCE
De fato, o BCE e o Banco do Japão mantiveram as taxas em território negativo por anos, virando a prática padrão de ponta-cabeça ao recompensar efetivamente os bancos por tomarem empréstimos deles (Imagem: Flickr/ BCE)

As principais autoridades de bancos centrais do mundo, fazendo uma pausa na luta contra a crise do coronavírus, tentarão resolver questões existenciais de sua profissão nesta semana, à medida que acompanham o simpósio anual de política monetária do Banco Central Europeu.

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Tendo lutado para levantar a inflação anêmica por anos, autoridades que incluem os chefes do BCE, Federal Reserve e Banco da Inglaterra tentarão descobrir por que a política monetária não está funcionando como antes e que novo papel eles devem desempenhar em um mundo mudado — seja lutando contra a desigualdade ou mudanças climáticas.

Por enquanto, o único consenso é de que a ordem econômica está mudando.

Globalização, mudança climática, digitalização, envelhecimento da população, aumento da desigualdade e a pandemia de coronavírus estão mudando os hábitos dos consumidores, mantendo os preços sob controle e reduzindo, às vezes abaixo de zero, a taxa de juros necessária para manter a inflação estável.

“Quaisquer que sejam os fatores estruturais que se escondem por trás do declínio observado nas taxas de juros naturais, a tendência de queda representa desafios importantes para as estruturas de política monetária existentes”, escreveu Klaus Adam, professor da Universidade de Mannheim, em um artigo que será apresentado no simpósio.

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O fracasso dos bancos centrais em atingir suas metas está começando a desafiar um princípio fundamental da teoria monetária: que a inflação é sempre um fator de sua política e que os preços aumentam com a queda do desemprego.

De fato, o BCE e o Banco do Japão mantiveram as taxas em território negativo por anos, virando a prática padrão de ponta-cabeça ao recompensar efetivamente os bancos por tomarem empréstimos deles.

De forma mais preocupante para alguns, as duas instituições mais do que dobraram seus balanços desde 2015 para quase 15 trilhões de dólares, aproximando-se cada vez mais do financiamento direto dos governos — uma linha vermelha tradicional.

No entanto, a inflação mal se mexeu mesmo antes da pandemia e agora está negativa na zona do euro.

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Embora o Fed tenha atingido seu próprio alvo, ele nunca conseguiu normalizar a política monetária, e, com a pandemia mergulhando o mundo em uma nova recessão, ele também está testando seus limites ao aumentar a dívida do governo.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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