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Axia Energia (AXIA3) oscila após detalhar possível liberação de R$ 39,9 bi; hora de comprar?

28 nov 2025, 12:00 - atualizado em 28 nov 2025, 12:00
Axia Energia
Ações da Axia oscilam após STF retomar julgamento e empresa detalhar emissão de PNCs, venda da Eletronuclear e possível migração ao Novo Mercado. (Imagem: Divulgação)

As ações da Axia Energia(AXIA3) entraram em uma verdadeira montanha-russa nesta sexta-feira (28). Os papéis chegaram a subir 1,23%, a R$ 67,38, mas inverteram a tendência e caíam 1,01%, a R$ 62,25, por volta das 11h50.

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A empresa retomou estudos para uma possível migração ao Novo Mercado da B3, segmento que reúne companhias comprometidas com elevados padrões de governança corporativa. Segundo a Axia, a decisão dependerá das propostas a serem avaliadas na assembleia geral extraordinária (AGE) marcada para 19 de dezembro.

A administração também detalhou a intenção de capitalizar parte da reserva de lucros de R$ 39,9 bilhões (3T25) por meio da emissão de uma nova classe de ações preferenciais, chamadas PNC. A operação prevê bonificações aos acionistas e os papéis terão direito a voto — modelo conhecido como one share, one vote — e caráter temporário, com previsão de resgate ou conversão em ações ordinárias até 2031.

Essa operação prevê bonificações aos acionistas e os papéis PNC terão direito a voto — modelo conhecido como one share, one vote — e caráter temporário, com previsão de resgate ou conversão em ações ordinárias até 2031.

Além disso, hoje, o Supremo Tribunal Federal (STF) reiniciou o julgamento do acordo entre a empresa e União para definir questões sobre o poder de voto do governo na Axia Energia (AXIA3AXIA5AXIA6).

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O que diz o mercado?

O BTG Pactual avalia que a Axia está agindo para proteger os acionistas dentro da estrutura anunciada. A emissão das PNCs funciona como uma bonificação, mas com detalhes que tornam a operação mais flexível e estratégica.

Segundo o analista Antonio Junqueira, as PNCs serão totalmente resgatadas ou convertidas em ações ordinárias (ON) até 2031, sempre pelo mesmo valor da ON, mantendo direitos como voto, tag along e dividendos. A estrutura permite à administração escolher o momento ideal para resgate ou conversão, sem precisar da aprovação da Aneel ou de credores, tornando o processo mais simples que uma bonificação tradicional seguida de redução de capital.

Paralelamente, os acionistas de PN receberão PNR, convertida imediatamente em caixa, equivalente a um prêmio de 10% sobre os dividendos pagos (DPS). Por exemplo, caso sejam emitidos R$ 20 bilhões em PNC, os acionistas de PN receberiam R$ 240 milhões em PNR. Essa estrutura oferece flexibilidade para a gestão de caixa da empresa, protegendo acionistas e mantendo o cronograma de dividendos dentro do planejado.

“A empresa fez o que é certo, mas a estrutura não significa que haverá uma aceleração nos dividendos pagos. Eles serão distribuídos no mesmo cronograma previsto, como todos modelamos, caso a nova regra tributária não existisse”, afirma Junqueira. “O movimento é positivo por preparar a empresa para a nova lei tributária. A companhia faz o que é correto sem se comprometer a distribuir um caixa que a alavancaria excessivamente no curto prazo”, completa.

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A Ativa Investimentos reforça que a reestruturação de capital, incluindo a declaração de dividendos sobre lucros acumulados de quase R$ 40 bilhões sem definir um valor exato para pagamento imediato, é uma manobra jurídica estratégica para proteger os acionistas frente à nova tributação de dividendos a partir de 2026.

“Vemos o movimento como benéfico e coerente com a agenda de valorização pós-privatização da companhia”, diz a corretora, que mantém recomendação de compra.

Já o Itaú BBA aponta que, embora o anúncio não implique distribuição extraordinária de dividendos, a proposta é positiva por dois motivos: remunera acionistas mitigando o impacto de futuros impostos sobre dividendos e alinha a estratégia de alocação de capital a uma alternativa para recompensar investidores com impacto limitado no caixa da Axia. O banco reiterou recomendação outperform (compra) para a empresa.

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Coordenadora de redação
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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