Comprar ou vender?

Alerta vermelho para Azul (AZUL4): Bradesco BBI rebaixa aérea para venda e corta preço-alvo, de olho no Chapter 11

29 maio 2025, 9:34 - atualizado em 29 maio 2025, 9:34
Azul
O Bradesco BBI e Ágora Investimentos rebaixaram as ações da Azul para venda (Imagem: Wikiamedia)

Em menos de cinco dias, a recomendação do Bradesco BBI para as ações da Azul (AZUL4) despencaram de compra para venda. O pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11) deve levar a uma grande diluição dos acionistas, o que acendeu o alerta vermelho dos analistas.

Na segunda-feira (26), o BBI já havia cortado a recomendação de compra para neutra, com os rumores de um Chapter 11. Na manhã de quarta (28), a companhia aérea confirmou o processo de recuperação.

Dadas as incertezas em torno das mudanças apresentadas pela Azul, André Ferreira, do BBI, e Wellington Lourenço, da Ágora Investimentos, rebaixaram mais uma vez a recomendação, de neutra para venda, ajustando o preço-alvo para R$ 0,50, de R$ 1,30 anteriormente.

A Azul já firmou os chamados acordos de apoio à reestruturação com seus principais parceiros financeiros, como seu maior arrendador de aeronaves, a AerCap, e as companhias aéreas United e American Airlines.

Os acordos incluem um compromisso de aproximadamente US$ 1,6 bilhão em financiamento ao longo do processo e a eliminação de US$ 2 bilhões de dívida, além de até US$ 950 milhões em financiamento adicional garantido em equity na conclusão do processo.

Segundo a aérea, esse compromisso de financiamento pagará parte da dívida existente e irá fornecer aproximadamente US$ 670 milhões de capital novo para reforçar a liquidez durante e após o processo.

Chapter 11 pode “arrumar a casa”, mas com diluição

Na avaliação dos analistas, o pedido de recuperação judicial pode, sim, reduzir significativamente o endividamento da Azul e melhorar sua liquidez, no entanto, causando enorme diluição. Para eles, a necessidade de reestruturação já era esperada, devido ao atraso no financiamento com garantia do governo, à posição de caixa enfraquecida e aos desafios operacionais.

“A Azul espera eliminar mais de US$ 2 bilhões em dívidas, em grande parte por meio da conversão em ações – e, com base em casos recentes no setor, essa conversão de dívida poderia ocorrer a preços abaixo do mercado, o que diluiria os acionistas atuais”, dizem.

BBI e Ágora pontuam que a Câmara de Comércio Exterior (Camex) não votou a proposta de garantias para compra de combustível de aviação, adiando a última chance de obter liquidez de curto prazo via garantias de R$ 1 bilhão a R$ 2 bilhões, que poderiam servir como base para novos financiamentos para a Azul e o setor aéreo.

“Em nossa visão, isso pode ter contribuído para o pedido de recuperação judicial. Enquanto isso, o novo plano de frota da Azul prevê 170 aeronaves contratadas, abaixo das 201 anteriormente planejadas. Isso indica que a empresa poderá devolver cerca de 30 aeronaves atualmente fora de operação, ajustando seu balanço à frota efetivamente utilizada”, dizem os analistas.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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