Azul (AZUL4): Por que ações desabam até 11% nesta terça-feira (16)?
As ações da Azul (AZUL4) amargam o segundo dia seguido de queda, com o mercado reagindo à provável diluição massiva dos acionistas minoritários, em meio ao processo de reestruturação da companhia.
A companhia aérea, que enfrenta recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11), obteve aprovação da Justiça norte-americana para o seu plano. Com isso, a Azul poderá reduzir dívidas em mais de US$ 2 bilhões e captar recursos por meio de uma nova oferta de direitos de subscrição de ações e investimento da American Airlines e da United Airlines.
No entanto, analistas não deixam de notar que deve ocorrer uma diluição dos minoritários, devido às consideráveis conversões de dívida (levando os detentores de notas 1L a ficarem com cerca de 97% de participação e 2L, com aproximadamente 3%, após a conversão), subscrições e emissão de novas ações.
Na segunda-feira (15), as ações AZUL4 fecharam em queda de 20%. Nesta terça (16), as ações caíam 8,33%, a R$ 0,77, por volta de 13h35. Na mínima do dia, a queda chegou a 11,90%, a R$ 0,74. Acompanhe o tempo real.
O que está acontecendo com a Azul?
A Azul anunciou em meados deste ano a entrada no processo de Chapter 11, fechando o trio das aéreas presentes no Brasil a passar por esse processo. Desde o comunicado ao mercado, a diretoria da companhia é enfática sobre já ter entrado no processo com um plano de reestruturação estruturado e já avistando o momento de saída da recuperação judicial.
Após a aprovação do juiz norte-americano Sean Lane, em uma audiência em White Plains, Nova York, o Bradesco BBI vê a companhia no caminho para sair do Chapter 11 em breve, com um balanço mais limpo e pronta para reforçar as operações.
“Esperamos um balanço reforçado após o fim do processo, devido à redução da dívida total após as conversões em ações, nova estrutura de pagamentos de leasing e o novo capital de US$ 950 milhões, que será ancorado por investidores comprometidos e subscrito por um ou mais investidores estratégicos.
Os analistas destacam que os próximos passos para o processo de recuperação judicial envolvem a conversão das notas 1L/2L por meio de Oferta Pública; conversão de debêntures conversíveis; diluição esperada; conversão de ações preferencias e ordinárias, com aprovação de Nova Governança e emissão de direitos de subscrição; e Oferta Pública para novo capital.
“As novas ações serão emitidas a um preço que representa um desconto de 30% no valor patrimonial da empresa definido no Plano, e espera-se que tal emissão resulte em uma diluição de mais de 80% da base acionista existente”, dizem os analistas.