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Azzas 2154 (AZZA3) figura entre as maiores quedas do Ibovespa após mudança no alto escalão; o que dizem os analistas?

04 set 2025, 12:03 - atualizado em 04 set 2025, 17:37
Hering
(Imagem: Renan Dantas/Money Times)

As ações da Azzas 2154 (AZZA3) lideraram a ponta de maiores quedas do Ibovespa (IBOV) na manhã desta quinta-feira (4), com baixa de mais de 2%, com novas mudanças nos negócios da companhia. 

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Os papéis reduziu as perdas durante a sessão e terminou as negociações com queda de 1,10%, a R$ 33,23. Na mínima intradia, AZZA3 teve recuo de 2,53% (R$ 32,75). Acompanhe o Tempo Real. 



Ontem (3), a varejista anunciou a saída de Thiago Hering, CEO da unidade de Basic — que inclui a Hering — e membro da família fundadora, do cargo a partir de 1º de outubro, após quatro anos no comando da unidade de negócios. 

Hering deve permanecer apenas como acionista. Vale lembrar que a família Hering já está fora do bloco de controle. 

A transição será conduzida por Gustavo Fonseca (ex-moda feminina), junto ao CEO Alexandre Birman e Roberto Jatahy, com apoio da consultoria Heartman House. 

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Essa foi a terceira mudança na alta direção em um mês, após o anúncio de que Rafael Sachette, anteriormente CFO, assumiu o papel de CEO da divisão “Shoes & Bags” (Calçados e Bolsas), e as unidades de negócios de Moda Feminina e Masculina e Estilo de Vida foram integradas e agora são lideradas em conjunto por Ruy Kameyama e Roberto Jatahy.

O que dizem os analistas?

Para o Santander, a decisão foi “inesperada”. “A natureza súbita da mudança, combinada com a contratação de uma consultoria para avaliar o crescimento sustentável da BU Basic, pode levantar preocupações sobre potenciais divergências na gestão e uma possível desaceleração no ritmo operacional da unidade”, escreveram os analistas Rubem Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo.

Já o BTG Pactual avalia que a mudança gera cautela no mercado, em meio a dúvidas sobre tração de vendas no segundo semestre deste ano, especialmente em Basics e sapatos

Na mesma linha, a Ativa Investimentos afirma que, enquanto não houver um caminho bem definido na diretoria, as ações da empresa continuarão apresentando volatilidade, “além das mudanças operacionais nas marcas, que continuam surgindo e trazendo mais incertezas”. 

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A XP também destaca que os ajustes operacionais em curso, somados à incerteza podem levar os investidores a aguardarem maior visibilidade antes de aumentar a exposição às ações. 

Os analistas Danniela Eiger, Pedro Caravina e Laryssa Sumer destacam que, com o anúncio, a Azzas 2154 já substitui a liderança de todas as unidades do negócio: Rony Meisler, Luciana Wodzig e Roberto Jatahy deixaram seus cargos anteriores (embora Jatahy permaneça na empresa como Chief Brands Officer).

“Ainda não está claro se esta será a última rodada de mudanças, pois ajustes adicionais podem ocorrer em níveis inferiores”, afirmaram os analistas em relatório. 

  • LEIA TAMBÉM: O Money Times liberou, como cortesia, as principais recomendações de investimento feitas por corretoras e bancos — veja como acessar

Não é hora de vender AZZA3

Apesar das mudanças recentes ao passo da fusão entre a Arrezzo&Co e Grupo Soma, os analistas mantiveram a recomendação de compra. 

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O Santander avalia que com a saída de Hering, a divisão Basic pode agora passar por uma reavaliação interna, criando oportunidades para destravar uma nova fase de crescimento.

“Acreditamos que essa mudança pode sinalizar progresso em direção à integração total, com as avaliações e ajustes necessários sendo implementados para, potencialmente, destravar o crescimento a longo prazo”, afirmam os analistas em relatório.

O banco tem recomendação outperform (equivalente à compra) com preço-alvo de R$ 51 — o que representa um potencial de valorização de 54,8% sobre o preço de fechamento de ontem (3).

A equipe da XP também vê potencial significativo nas marcas principais da varejista, com expectativa de melhora no momento dos resultados a partir do 4º trimestre. A corretora tem preço-alvo de R$ 55 — o que representa um potencial de valorização de 63,7% sobre o preço de fechamento anterior.

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Já os analistas do BTG Pactual afirmam que o papel segue pressionado desde o último resultado, apesar da surpresa positiva em margem. As ações AZZA3 acumulam alta de 11% nos últimos 12 meses. 

Por isso, o valuation segue descontado ante pares do setor — o que oferece atratividade, condicionado à entrega de expansão de margem e crescimento mais consistente no curto prazo, na visão dos analistas Luiz Guanais, Yan Cesquim, Pedro Lima e Luis Mollo. Ou seja,  a ação AZZA3 ainda está barata. 

O BTG Pactual tem preço-alvo de R$ 53 — o que representa um potencial de valorização de 57,7% sobre o preço de fechamento da véspera (3).

A Ativa também tem recomendação de compra enxergando potencial nas marcas do grupo e um valuation depreciado.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.