2T25

Azzas 2154 (AZZA3) cai forte após resultado; CEO diz não ver impacto de tarifas dos EUA

08 ago 2025, 15:31 - atualizado em 08 ago 2025, 15:32
azzas 2154
(Imagem: Imagem: Reprodução/Instagram)

As ações da Azzas 2154 (AZZA3) caem forte nesta sexta-feira (8), após a companhia ter divulgado, na noite de ontem seu resultado do segundo trimestre de 2025 (2T25). Às 14h30, o recuo era de 7,54%, com a ação negociada a R$ 35,08.

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De maneira geral, analistas enxergaram o resultado de neutro para fraco. No entanto, parte dos números mais negativos já era esperada.

“A desaceleração de vendas era esperada”, fala o time do Santander, em relatório. “As vendas brutas das operações continuadas cresceram 10% no ano, puxadas por Fashion & Lifestyle Women em mais 20%, graças às vendas mesmas lojas da Farm, com alta de 22%, e à aceleração sequencial da Farm Global, com alta de 25%”, completam os analistas do banco.

A receita bruta da Azzas cresceu 7,4% no ano, para R$ 3,6 bilhões. A líquida, por sua vez, avançou somente 4,8%, para R$ 2,9 bilhões. Um ano antes, para fins de comparação, o crescimento da receita bruta da Arezzo havia sido de 8,5% e da líquida, de 9%.

Para o Santander, a desaceleração, em grande parte, é explicada pela fusão das duas companhias. “Muitas divisões e marcas ainda passam por refinamento de prioridades e ajustes”, dizem os analistas.

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Do outro lado, porém, o banco destaca que a fusão já começa a ajudar a margem da empresa, com o encontro de sinergias. “A redução e a otimização de despesas, decorrentes da integração, mais do que compensaram leve queda da margem bruta (por conta de promoções nos segmentos mais fracos) e levaram a uma surpresa na margem Ebitda”, comenta o time do banco espanhol.

Azzas 2154: Desaceleração de um lado, margem do outro

O Ebitda da Azzas 2154 cresceu 9% ao ano, para 535,6 milhões, e a margem saltou 0,8 ponto percentual, para 18,5%.

O BTG vai na mesma linha do Santander: “A Azzas apresentou crescimento fraco de receita, afetado por maiores devoluções no trimestre, enquanto o Ebtida ficou em linha com nossas estimativas devido à eficiência em gastos com vendas, gerais e administrativos (SG&A, na sigla em inglês).

Para a instituição financeira, a margem apresentou uma tendência melhor do que o esperada também pelo fim dos gastos provenientes no período que decorreu logo após a fusão.

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O Itaú BBA, porém, menciona que a melhora da margem foi praticamente apagada por um resultado financeiro acima das expectativas — a Azzas teve, nessa linha, um prejuízo de R$ 201,7 milhões, alta de 32,9% no ano, por conta, principalmente, da variação cambial (contratos de hedge), pelas taxas de administração de cartão de crédito, com alta do crescimento de canais sell-out, e pelos juros sobre financiamentos e debêntures.

Do lado negativo, o aumento dos recebíveis também foi destacado, bem como a alta de 12% dos estoques.

Segundo semestre em foco

De forma geral, no entanto, todos os bancos explicam que o foco, agora, fica para ver os resultados do segundo semestre, conforme o processo de fusão vai amadurecendo.

“As devoluções de produtos aumentaram significativamente no segundo trimestre e consideramos importante entender a natureza disso para avaliar eventuais impactos sobre o crescimento de vendas nos canais de sell-in adiante”, fala o BBA.

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“Além disso, seguem no radar os possíveis impactos relacionados às tarifas dos EUA para produtos de calçados e bolsas fabricados no Brasil e exportados aos EUA”, acrescenta.

Azzas não vê impacto de tarifas

A Azzas, porém afirma não ver impacto material das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. As falas foram feitas pelo presidente-executivo da companhia, Alexandre Birman, nesta sexta-feira.

Em teleconferência com analistas para apresentar os resultados do grupo no segundo trimestre, Birman destacou que desde 2023 a Azzas tem adotado uma estratégia no segmento de calçados e bolsas de desaceleração no mercado norte-americano.

“Foi deliberação estratégica nossa uma desaceleração. Hoje, essa distribuição corresponde a menos de 8% da venda do segmento de calçados e bolsas, o que é bem diluído. A gente está falando menos de 2% do grupo Azzas, então nenhum impacto aqui vai ser material no nosso resultado”, afirmou o executivo.

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Ele também disse que no curtíssimo prazo “não tem muito o que fazer, nós temos que entregar os produtos”, mas que para a coleção de primavera, que reflete o faturamento a partir de janeiro de 2026, a empresa realizou um reajuste de 30% nos preços que foi recebido “de forma ok”.

“É um processo, a gente é muito rápido, muito ágil nessas mudanças, então não tem nada que irá afetar o grupo Azzas como resultado consolidado, porque existe aqui uma agilidade muito forte de todos para ‘offsetar’ o que a gente não consegue controlar”, acrescentou.

*Com informações da Reuters

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vitor.azevedo@moneytimes.com.br