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B2W, Lojas Americanas, Magazine Luiza e Via Varejo: quem pode disparar 59% neste ano?

23 jun 2020, 13:13 - atualizado em 23 jun 2020, 13:13
Casas Bahia, controlada pela Via Varejo
Via Varejo: dona da Casas Bahia é a que mais impressiona o BB Investimentos (Imagem: Facebook/Divulgação/Casas Bahia)

Com o fim da temporada de balanços do primeiro trimestre, o BB Investimentos realizou uma revisão geral de suas estimativas para a B2W (BTOW3), Lojas Americanas (LAME4), Magazine Luiza (MGLU3) e Via Varejo (VVAR3). Além de incorporar os números divulgados, a gestora avaliou também o impacto do e-commerce no setor, cuja demanda cresceu por conta da pandemia de coronavírus.

Georgia Jorge, que assina o relatório, observa que, no início da crise de saúde pública, acreditava que os canais online das varejistas não seriam suficientes para compensar a perda de faturamento decorrente do fechamento das lojas físicas. Mas, o medo da população e o fechamento de atividades não-essenciais fez e-commerce crescer exponencialmente desde março.

Largando na frente

“O fato dessas quatro companhias já estarem preparadas para aproveitar esse crescimento as levou a serem as grandes beneficiadas durante a pandemia, ganhando inclusive participação de mercado”, afirma a analista.

E acrescenta: “com efeito, o crescimento a/a do GMV (gross merchandise value ou valor de vendas brutas) no 1T20, comparado aos dados divulgados pelas companhias, indica crescimento acima da média de mercado.”

Georgia acredita que, mesmo após o fim da pandemia, o e-commerce não perderá terreno. Primeiro, porque a crise mostrou aos empresários a importância de manter canais de vendas diversificados, reduzindo a dependência das lojas físicas. Segundo, porque os consumidores tenderão a migrar para as plataformas online, agora que já tiveram contato durante a pandemia.

Revisão

Tudo isso junto levou a analista a rever os preços-alvos dos papéis. A B2W teve seu preço elevado de R$ 65,6 para R$ 123; a Lojas Americanas passou de R$ 24,50 para R$ 41,10; o Magazine Luiza subiu de R$ 51,60 para R$ 73,50; e a Via Varejo foi de R$ 7,80 para R$ 23,70. Todas receberam recomendação de compra.

Magazine Luiza Varejo
Magazine Luiza: potencial de valorização está perto do fim (Imagem: LinkedIn da Magazine Luiza)

Em termos de potencial de valorização, o BB Investimentos calcula que, com base no fechamento desta segunda-feira (22), a B2W possa subir 20,1%; a Americanas, 26,5%; o Magazine Luiza, apenas 3,7%.

O destaque é a Via Varejo, que pode disparar 59,1% até dezembro, segundo a analistas. Georgia lembra os clientes de que levantou dúvidas, em relatórios anteriores, sobre a capacidade da empresa de migrar para as vendas online, já que sua plataforma digital era menos desenvolvida que as dos concorrentes e, portanto, o fechamento das lojas físicas seria um golpe mais doloroso.

Provando seu valor

“Nesse contexto, entendemos que a Via Varejo foi a companhia que mais se destacou no 1T20, mostrando os resultados do processo de turnaround (retomada) iniciado em meados de 2019, e conduzindo rapidamente medidas para mitigar a perda de vendas decorrente do fechamento de lojas físicas”, reconhece a analista.

A empresa, dona das redes Casas Bahia e Ponto Frio, também acelerou a transformação digital em outras frentes, como o banco digital BanQi.

Na outra ponta, o Magazine Luiza é quem apresenta o menor potencial de alta neste ano. Isso não quer dizer que a empresa enfrente problemas; pelo contrário. Segundo a analista trata-se da empresa mais bem posicionada, entre as varejistas, para operar no mundo virtual.

A questão é que, no caso da companhia, os investidores já perceberam isso e a premiaram com aquilo que fazem de melhor: elevar o preço de suas ações.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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