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B3 (B3SA3): Corretora rebaixa ação da dona da Bolsa a ‘neutro’ por 4 motivos; entenda

12 out 2023, 16:00 - atualizado em 12 out 2023, 7:45
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B3 tem tese revisada para baixo pela Ativa (Imagem: Money Times/Diana Cheng)

A Ativa Investimentos revisou a recomendação da ação da B3 (B3SA3), dona da Bolsa de Valores do Brasil, de compra para “neutro” após “mudanças significativas” recentes no cenário macroeconômico. O preço-alvo também foi revisado para baixo, a R$ 14.

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Quatro motivos levaram à atualização da tese pela corretora:

Alta dos juros americanos

O time de análise levanta a dificuldade dos Estados Unidos em controlar a inflação, uma vez que a atividade econômica no país segue resiliente, com ênfase no mercado de trabalho, cujos dados continuam surpreendendo as expectativas.

Isso levanta preocupações quanto à trajetória dos juros americanos. Os mercados se dividem quanto aos próximos movimentos do Federal Reserve (Fed) na conduta do aperto monetário nos EUA, e uma percepção negativa sobre a alta das taxas de juros acaba impactando negativamente a bolsa local, destaca a Ativa.

“Temos observado um fluxo estrangeiro vendedor nos últimos meses, dado consideravelmente negativo para o volume negociado em bolsa, visto que esses investidores representam mais de 50% do mercado de ações brasileiro.”

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Piora nas expectativas do ciclo de corte da Selic

No Brasil, além da piora de sentimento no cenário macroeconômico global, as preocupações com o ambiente fiscal azedaram as expectativas para a magnitude do ciclo de corte de juros pelo Banco Central.

Segundo a Ativa, com a Selic podendo se encerrar em 10,5%, a volta do investidor pessoa física à Bolsa pode não ocorrer da forma como era esperado.

“Vale ressaltar a importância desse fluxo, que, por sua vez, tende a trazer o crescimento do volume de outros tipos de investidor”, ressalta a corretora.

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Captação dos Fundos

Resgates de fundos de ações e multimercado veio acima das estimativas da Ativa para o ano. Analistas avaliam que, apesar de sinais de melhora, o ritmo de crescimento do Assets Under Managament (AUM) tende a ser lento e não deve trazer o crescimento projetado anteriormente para o ADTV (volume médio diário de negociações) dos investidores institucionais.

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Carf

Os riscos para a tese da B3 aumentaram com o voto de qualidade passando a ser pró fisco no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), diz a Ativa.

“A B3 possui cerca de R$ 14 bilhões em disputas judiciais com a receita presentes no tribunal, onde não têm nenhuma provisão feita para uma possível perda”, lembra.

Mesmo em caso de perda, acrescenta a corretora, a B3 levará os processos para a justiça comum, onde possui confiança na vitória e seria um processo longo para seu pagamento.

“Dada a magnitude dos valores em disputa (cerca de 20% do valor de mercado), temos um impacto relevante no preço-alvo”, completa.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.