B3 (B3SA3) divulga dados operacionais de junho e dá pistas do que será o resultado do 2T25; o que dizem os analistas?

As ações da B3 (B3SA3) tentam driblar a cautela dos investidores nesta terça-feira (15), em meio à reação aos dados operacionais de junho, e operam próximas da estabilidade no Ibovespa (IBOV).
Por volta de 13h10 (horário de Brasília), B3SA3 tinha leva avanço de 0,07%, a R$ 13,62. Na máxima do dia, os papéis chegaram a subir 1,10% (R$ 13,76).
Em junho, a dona da bolsa de valores registrou um volume médio diário no mercado de renda variável (ações) de R$ 25,4 bilhões — 6,4% menor do que em maio, mas uma alta de 5,8% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Os maiores volumes vieram do mercado à vista de ações, com R$ 24,486 bilhões na média diária, o que significa alta anual de 6,4% e redução mensal de 6,2%. O giro de mercado em junho ficou em 134,6%, ante 135,5% em junho de 2024 e 144,4% em abril deste ano.
Já o volume médio diário de derivativos atingiu R$ 11,533 bilhões em junho — 0,8% menor em relação ao mês anterior e queda de 6% em relação ao ano anterior.
Em relação ao mercado de balcão, as novas emissões de renda fixa aumentaram 2,2% em junho na comparação com maio, para R$ 1,7 bilhões. Na base anual, o crescimento foi de 16%.
O que dizem os analistas?
Na avaliação dos analistas, os dados operacionais da B3 em julho apresentaram melhorias em meio ao cenário mais avesso ao risco.
Os analistas do Bradesco BBI/Ágora Investimentos afirmaram que os números apontam para tendências positivas para os segmentos de renda variável e renda fixa nos resultados do segundo trimestre (2T25).
Na mesma linha, o BTG Pactual avalia que os dados operacionais reforçaram as perspectivas para o 2T25. “A B3 se mantém como um dos melhores veículos para exposição ao mercado de capitais brasileiro”, afirmaram os analistas em relatório.
Para o Safra, os números de junho refletiram que as ações estão retornando a níveis mais próximos da média dos últimos doze meses, após alguns meses fortes impulsionados, principalmente pela maior volatilidade observada em abril e maio.
Já para os analistas da XP Investimentos, os números vieram melhores do que o esperado, com destaque para o desempenho positivo de renda variável, mas que ainda é “cedo” para afirmar que o mercado de capitais entrou em recuperação.
“Embora os dados mensais da B3 indiquem algum alívio para os números de renda variável, parece muito cedo para concluir que o mercado de capitais entrou em uma recuperação sustentável”, escreveram Bernardo Guttmann e Matheus Guimarães.
Sinal amarelo: taxa de juros
Ainda que os dados tenham refletido uma melhora operacional, os analistas da XP reforçaram a visão mais cautelosa com a B3.
Para eles, os níveis atuais das taxas de juros devem continuar sendo o principal obstáculo para a retomada de uma atividade mais forte do mercado de capitais.
“Apesar dessas melhorias operacionais que devem sustentar o crescimento da receita, mantemos uma perspectiva conservadora devido à atividade ainda frágil dos mercados de capitais, bem como às potenciais ameaças competitivas à frente”, disseram os analistas em relatório.
Como resultado, a casa reitera sua visão conservadora para a B3 (rating Neutro e preço-alvo de R$ 16), sem gatilho de curto prazo para as ações.
Balanço do 2T25: o que esperar?
Nas contas do Goldman Sachs, a B3 deve reportar um sólido aumento sequencial no lucro líquido recorrente, impulsionado por maiores receitas líquidas e um melhor resultado financeiro líquido no 2T25.
Ainda de acordo com o banco, as receitas líquidas devem melhorar em todos os segmentos, com as receitas de mercado se beneficiando do aumento do volume médio diário de ações.
Os analistas do Goldman Sachs também esperam um aumento de 3% na comparação trimestral, e de 9% na base anual, após crescerem abaixo das projeções no 1T25.
Já o BTG Pactual projeta uma receita líquida de aproximadamente R$ 2,5 bilhões e um lucro líquido de R$ 1,2 bilhão no período entre março e junho.
É hora de comprar B3SA3?
Os analistas do BTG Pactual reiteraram a recomendação de compra para as ações B3SA3. Segundo eles, os papéis da operadora da bolsa de valores brasileira subiram 30% ante alta de 9% do Ibovespa desde março — mês em que o BTG elevou a recomendação.
Eles também destacam que ainda há espaço para a expansão de lucro e múltiplo, especialmente com a estabilização da política monetária.
“Apesar das preocupações concorrenciais no segmento de ações, o modelo de negócios da B3 é diversificado, resiliente e com geração robusta de caixa”, afirmaram.
Já a XP não vê nenhum gatilho de curto prazo para as ações.
Confira as recomendações das corretoras e bancos que o Money Times teve acesso:
Banco/Corretora | Recomendação | Preço-alvo |
---|---|---|
BTG Pactual | Compra | R$ 15,00 |
Goldman Sachs | Neutro | R$ 14,80 |
Safra | Compra | R$ 17,00 |
XP | Neutra | R$ 16,00 |
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