B3 (B3SA3): O que esperar da ação após disparada de 20% neste ano?

O BTG Pactual reiterou sua recomendação de compra para as ações da B3 (B3SA3), destacando que o papel continua sendo uma forma “fácil e limpa” de se expor ao Brasil, especialmente frente a nomes mais voláteis como XP e empresas de meios de pagamento.
Desde que a instituição elevou a recomendação, a ação subiu 17% e superou outros pares do setor. Em março, o papel foi retirado da carteira recomendada do banco após esse rali, mas o BTG diz ainda ver boa relação risco-retorno, mesmo com a alta de 20% neste ano (vs. 8% do Ibovespa).
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A B3 é vista como uma geradora consistente de caixa, com perfil defensivo e potencial de valorização até o preço-alvo de R$ 13,50 – ante os atuais R$ 12. O banco também destaca um yield combinado de cerca de 10%, somando dividendos e recompra de ações.
O que esperar dos resultados da B3
O BTG espera que o lucro líquido da B3 para o final de 2025 atinja R$ 5,03 bilhões ao final de 2025— um avanço de 4% na comparação anual e 1,5% acima do consenso de mercado. A expectativa é de que a receita líquida cresça 5% no mesmo período.
O banco também revisou suas estimativas para 2026. Inicialmente, o modelo considerava o fim do benefício fiscal dos juros sobre capital próprio (JCP), mas essa hipótese foi postergada, já que não há discussões concretas sobre o tema no momento. A mudança fez com que a projeção de lucro líquido para o ano fosse elevada em cerca de 10%, para R$ 5,4 bilhões — uma alta de 7%, alinhada ao consenso.
No curto prazo, ao incorporar os dados operacionais de janeiro a março, o banco projeta uma receita líquida de R$ 2,38 bilhões para o primeiro trimestre de 2025. O número representa uma leve revisão negativa em relação à estimativa anterior, mas ainda mostra crescimento de 7% na comparação anual.
Entre os destaques operacionais, o BTG prevê um desempenho mais fraco do segmento de ações, compensado por uma performance mais robusta em derivativos. A receita com renda fixa deve seguir em alta, enquanto o segmento de tecnologia tende a apresentar crescimento expressivo trimestre contra trimestre, impulsionado pelos mecanismos de repasse da inflação.
Nas despesas, a expectativa é de uma dinâmica sazonal típica do primeiro trimestre, com menores gastos — especialmente em processamento de dados e terceirizações, que costumam se concentrar no último trimestre do ano. Com isso, a margem Ebitda projetada pelo banco para o período é de aproximadamente 70%, superior aos 66% registrados no 4T24.
Apesar da perspectiva positiva para receitas e despesas, o BTG chama atenção para a linha de resultado financeiro, que deve vir mais fraca no trimestre e pode impactar o desempenho consolidado.