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B3: não gostar do lucro de R$ 1 bilhão não é motivo para vender as ações

14 ago 2020, 12:29 - atualizado em 14 ago 2020, 12:42
B3 Mercados B3SA3 Ibovespa
Tudo bem não ser ótimo: para analistas, B3 tem boas perspectivas de longo prazo (Imagem: B3/Youtube)

O lucro líquido recorrente de R$ 1,01 bilhão, reportado pela B3 (B3SA3) no segundo trimestre, não agradou todo mundo. Parte dos analistas esperava um número ao redor de R$ 1,1 bilhão, e expressou seu descontentamento em relatórios publicados na manhã desta sexta-feira (14).

Mas, mesmo os descontentes afirmam que não é hora de abandonar a ação da dona da Bolsa.

O Credit Suisse é uma das instituições que esperavam mais. Marcelo Telles, Otavio Tanganelli e Alonso Garcia, que assinam o relatório obtido pelo Money Times, afirmam que o resultado ficou 8% abaixo da sua estimativa.

Entre os motivos do desencontro, o trio listou uma geração de receitas menor que o esperado no segmento de ações, devido à participação acima da prevista das negociações intraday, cujas tarifas são mais baixas. O banco suíço acrescenta que a B3 também não escapou da pandemia de coronavírus, cujo impacto foi maior que o cogitado.

Janela de oportunidade

De qualquer modo, a frustração com os números da B3 não é suficiente para reduzir o otimismo do Credit Suisse. Segundo os analistas, o fraco desempenho das ações da B3 (B3SA3), nas últimas semanas, aliado ao forte volume de ativos negociados em suas plataformas, devem impedir uma queda dos papéis nos próximos meses.

Por isso, o Credit Suisse reafirmou sua recomendação outperform (desempenho esperado acima a média de mercado) dos papéis, com preço-alvo de R$ 68 para os próximos 12 meses, o que embute uma alta potencial de 12% sobre o fechamento de ontem.

Mais comedido, Marcel Campos, da XP Investimentos, elevou o preço-alvo dos papeis de R$ 58 para R$ 65. “Ainda gostamos dos volumes da bolsa e acreditamos que as perspectivas de longo prazo são melhores do que o previsto”, afirma o analista.

Apesar da revisão, o analista reiterou a recomendação neutra para as ações. A XP esperava um lucro 9% maior, e atribuiu o desencontro às maiores provisões operacionais adotadas pela B3.

Distribuição de lucros

Já o BTG Pactual (BPAC11) gostou do que viu no balanço da B3. O banco qualificou os resultados como “fortes” e destacou as “boas notícias” que acompanharam a publicação dos números. A principal delas foi a reafirmação, pela B3, de que buscará uma distribuição de lucros de 120% a 150% do lucro líquido (payout).

B3 B3SA3 Ibovespa
Boas notícias: BTG gostou do elevado payout prometido pela B3 (Imagem: Divulgação/B3)

Eduardo Rosman e Thomas Peredo, que assinam o relatório do BTG, afirmam que “tudo somado, um forte segundo trimestre e uma porção de boas notícias devem ser bem recebidos pelos investidores”.

E acrescentam: “depois de alcançar o recorde de quase R$ 70, o desempenho da ação foi fraco nas últimas semanas, e enxergamos isso como uma oportunidade de compra”. O preço-alvo do BTG para as ações da B3 é de R$ 65.

Os investidores parecem concordar com os analistas. Os papéis da B3 operam em alta durante esta sessão. Às 12h17, subiam 2,04% e eram negociados por R$ 61,89. No mesmo instante, o Ibovespa subia 0,97%, para os 101.431 pontos. Na mínima do dia até agora, o valor foi de R$ 60,32. Na máxima, bateu em R$ 62,14.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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