Agronegócio

Baixo nível do rio Paraná pode custar US$ 244 milhões ao agronegócio argentino, diz bolsa

24 abr 2020, 19:16 - atualizado em 24 abr 2020, 19:16
A altura do Paraná na zona de Rosario na quarta-feira estava “em 0,4 metro, o nível mais baixo desde 1971, e sem antecedentes para o mês de abril desde que os registros começaram, em 1884” (Imagem: REUTERS/Stringer)

O rio Paraná na Argentina está atualmente no mais baixo nível em quase 50 anos na região do porto de Rosario, provocando dificuldades logísticas para empresas agroexportadoras que podem custar 244 milhões de dólares ao setor entre janeiro e abril, disse nesta sexta-feira a Bolsa de Comércio de Rosario (BCR).

A altura do Paraná na zona de Rosario na quarta-feira estava “em 0,4 metro, o nível mais baixo desde 1971, e sem antecedentes para o mês de abril desde que os registros começaram, em 1884”, afirmou a BCR em comunicado.

Segundo a Prefeitura Naval da Argentina, nesta sexta-feira o nível atingia 0,55 metro, ainda extremamente baixo em relação à média para o mês de abril, de 4 metros.

Nas medições dos níveis de rios, o zero corresponde a uma marca de referência, e não à profundidade do leito do rio.

“Os problemas logísticos, de transporte e de industrialização implicam uma perda para a economia argentina de 244 milhões de dólares no primeiro quadrimestre de 2020, à medida que são afetadas a navegação e a carga máxima das embarcações nos terminais portuários da Grande Rosario”, acrescentou a bolsa.

Segundo a BCR, o nível historicamente baixo do rio tem forçado os navios a atrasar a jornada até Rosario mais do que o habitual, devido a precauções de navegação para evitar encalhes.

Já os navios que partem de Rosário sem carga completa podem preenchê-la nos portos de Necochea e Bahía Blanca. No entanto, esses outros dois terminais estão em áreas onde a produção de milho e soja é significativamente menor que a de Rosário, além de possuírem capacidade logística muito menor.

A queda do nível do rio, por onde saem 80% dos embarques agrícolas argentinos, acontece em momento em que produtores rurais do país intensificam a colheita de soja e milho.

A Argentina é o principal exportador global de óleo e farelo de soja e o terceiro maior produtor de soja e milho.

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