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Balanço da Cogna confirma o óbvio: serão dias difíceis para grupos de ensino

22 maio 2020, 15:28 - atualizado em 22 maio 2020, 15:28
Carteiras vazias: sem Fies, alunos de cursos presenciais abandonam os cursos da Kroton, uma das bandeiras da Cogna para o ensino universitário (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O tombo de 85% no lucro líquido, para R$ 46,8 milhões, registrado pela Cogna (COGN3) no primeiro trimestre, apenas confirma o inevitável. A pandemia de coronavírus e a recessão que se seguirá somam-se, agora, à morte do Fies para atormentar os grupos de ensino nos próximos meses.

Dona de bandeiras como a Kroton e a Platos, que oferece soluções para grupos de ensino, a Cogna é um retrato das dificuldades do setor. A Guide Investimentos fez um sumário dos principais números apresentados pela companhia, no relatório enviado a clientes nesta sexta-feira (22).

Na Kroton, seu principal negócio, a evasão dos cursos presenciais foi de 16,2% no primeiro trimestre, devido, sobretudo, à redução do Fies a um programa de financiamento estudantil que sobrevive, na prática, apenas no papel.

Tíquete médio menor

O faturamento está caindo não apenas pelo menor número de matriculados, mas, também, pelo menor tíquete médio por aluno. A Guide lembra que, neste início de ano, o tíquete dos alunos presenciais foi 10% menor, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Embora os grupos de educação tentem compensar essas perdas com a ampliação do ensino a distância, o tíquete médio deste segmento também é menor. Na Cogna, ele encolheu 7,7% na mesma comparação.

Tudo isso desembocou em uma geração de caixa 33% menor, devido, entre outras, à necessidade de aumentar as provisões para alunos inadimplentes.

O problema, segundo a Guide Investimentos, é que não há nenhum alento no horizonte. A gestora acredita que as margens da Cogna continuarão pressionadas nos próximos meses, em virtude do aumento das provisões para inadimplência e da grande evasão nos cursos presenciais.

“Por mais que a dívida líquida tenha se reduzido no período, o ebitda da companhia deverá ser severamente impactado com os efeitos do coronavírus no 2T20, elevando o índice de alavancagem”, afirma a gestora.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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