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Balanço da Yduqs é trailer do que espera setor de ensino em 2020, diz BTG Pactual

08 maio 2020, 18:57 - atualizado em 08 maio 2020, 18:57
Estácio de Sá, marca da Yduqs
Prova de fogo: Yduqs, que controla a Estácio e outras marcas de ensino, se prepara para a crise econômica pós-pandemia (Imagem: Facebook/Divulgação/Estácio de Sá)

Para o BTG Pactual (BPAC11), o mais importante do balanço divulgado pela Yduqs (YDUQ3) são as pistas do impacto que o coronavírus terá sobre os grupos de ensino ao longo do ano.

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No geral, os números publicados pela companhia estão dentro do esperado pelo banco, que manteve a recomendação neutra e o preço-alvo de R$ 32 para os papéis.

O aumento das provisões para devedores duvidoso, que encerrou março em R$ 72 milhões, elevou a cifra para 7,8% das vendas.

O problema se torna ainda maior, quando se lembra que a receita líquida caiu 1% no trimestre, para R$ 923 milhões, a despeito da oferta de cursos caros, como o de medicina, que viu o faturamento crescer 30% em relação ao primeiro trimestre de 2019.

Queda de renda

Mas, no geral, o tíquete médio por aluno caiu 7% para os cursos presenciais, e 8% para os cursos a distância. Um efeito do faturamento apertado é a queda de 12% do ebitda, que somou R$ 338 milhões.

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Com o prolongamento da quarentena e a decorrente crise econômica, Samuel Alves e Yan Cesquim, que assinam o relatório do BTG Pactual, afirmam que tempos difíceis esperam pelo setor de ensino.

A crise deverá aumentar o nível de desemprego, bem como pressionar a renda da população. Além disso, o FIES, programa que financiava alunos universitários, vive seus últimos momentos, o que dificultará o acesso em massa de novos estudantes.

“Esse cenário pode ser realmente difícil para os grupos educacionais, com potencial de prejudicar o tíquete médio [por aluno], novas matrículas, níveis de evasão e a necessidade de capital de giro”, afirmam os analistas.

A dupla decidiu manter a recomendação neutra para a Yduqs, por considerar que o papel é negociado em condições melhores que as de seus rivais.

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Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
marcio.juliboni@moneytimes.com.br
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.