Balanço decepcionou? CVC (CVCB3) recua quase 10% e lidera perdas do Ibovespa após resultados do 3T25
Depois de saltar 12% na véspera (11), as ações da CVC (CVCB3) realizam parte dos ganhos nesta quarta-feira (12) e figuram entre as maiores quedas do Ibovespa, em reação ao balanço do terceiro trimestre (3T25).
Por volta de 14h (horário de Brasília), CVCB3 caía 9,31%, a R$ 1,85, mínima intradia, figurando como a ação com pior desempenho entre as negociadas no principal índice da bolsa brasileira. Acompanhe o Tempo Real.
A companhia de turismo teve lucro líquido ajustado de R$ 62,5 milhões entre julho e setembro, 35,6% superior ao registrado no ano anterior.
Já o resultado operacional medido pelo Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação) ajustado foi de R$ 130,5 milhões, 4,7% maior do que o registrado no mesmo período do ano anterior.
A margem Ebitda ajustada atingiu 34,6%, maior nível desde 2019, um ano antes da pandemia.
- VEJA MAIS NÚMEROS DO BALANÇO: CVC (CVCB3) tem lucro líquido ajustado de R$ 62,5 milhões no 3T25, alta de 35,6%
O que desapontou o mercado?
Os resultados do 3T25 foram ‘fracos’, na avaliação do BTG Pactual.
Segundo os analistas, a companhia apresentou um forte crescimento das reservas e melhora nas margens, mas uma receita fraca e outro prejuízo líquido quando ajustado por efeitos não recorrentes.
“Os resultados do 3T da CVC mostraram tendências decentes de controle de custos, mas os resultados consolidados continuam sendo prejudicados por despesas financeiras elevadas, impedindo a empresa de apresentar um lucro positivo”, escreveram os analistas Luiz Guanais, Pedro Lima, Yan Cesquim e Luis Mollo, em relatório.
Nas contas dos analistas, com o ajuste pelo efeito dos resultados financeiros e por R$ 35 milhões em impostos diferidos no período, a CVC registrou um prejuízo líquido de R$ 20 milhões — contra expectativa de R$ 28 milhões e o lucro líquido do ano passado de R$ 5 milhões, também ajustado pelos itens não recorrentes nas receitas financeiras.
Por outro lado, a equipe do BTG destaca que, depois de atingir o “fundo do poço” na pandemia, a empresa se beneficia da recuperação da demanda por viagens.
No trimestre, as reservas consumidas cresceram 14% na base anual, para R$ 4,4 bilhões, com crescimento de 12% nas reservas no Brasil e avanço de 20% nas operações na Argentina.
Os analistas ainda avaliam, de forma positiva, que a companhia tem explorado seus fortes relacionamentos de longo prazo com o setor hoteleiro fragmentado e as companhias aéreas.
Apesar de reconhecer a recuperação em curso, o BTG Pactual mantém a recomendação neutra para as ações CVCB3. O preço-alvo é de R$ 3 — o que representa um potencial de valorização de 25% sobre o preço de fechamento da última terça-feira (11). Ontem, os papéis encerraram as negociações cotados a R$ 2,04.
O banco afirma que a visão reflete, “em última análise, os desafios que se avizinham, tais como as elevadas despesas financeiras da empresa, bem como o crescimento da concorrência online”.