Banco asiático DBS vê aumento na demanda por liquidações em yuan com parceiros da América Latina e Oriente Médio

Banco asiático afirma que crescem transações de exportações fora do dólar (REUTERS/Thomas White/Illustration)

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O DBS Group, maior banco do Sudeste Asiático em ativos, está observando um interesse crescente de exportadores chineses em realizar liquidações comerciais em renminbi (RMB), ou yuan, especialmente com parceiros na América Latina e no Oriente Médio, disse um executivo sênior.

“Neste momento, você vê exportadores chineses, alguns estão começando a pedir e dizer ‘Vou vender em RMB, por favor liquide em RMB’,” disse Han Kwee Juan, em entrevista à Reuters, sua primeira com a imprensa desde que assumiu o cargo de chefe do grupo de banco institucional do DBS em janeiro.

“Isso é uma tendência que continuará? Acho que é algo que eles continuarão a solicitar, à medida que aumentam o comércio com o resto do mundo, fora dos Estados Unidos,” afirmou ele.

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Essa mudança ocorre num momento em que a fé de décadas na dominância do dólar norte-americano no comércio e nos fluxos de capital globais está sendo colocada em dúvida. Grandes economias emergentes estão intensificando os esforços para negociar em moedas locais, em uma tentativa de reduzir a dependência do dólar no sistema financeiro global.

No entanto, Han destacou que a maioria das liquidações fora da China ainda ocorre “principalmente em dólares”.

A subsidiária do banco, DBS China, é membro do Sistema de Pagamentos Interbancários Transfronteiriços da China (CIPS) desde 2015.
A China lançou o CIPS em 2015 para promover o uso do yuan no comércio internacional. O sistema permite que bancos globais liquidem transações transfronteiriças em yuan diretamente no mercado interno, em vez de utilizarem bancos de compensação em centros offshore de yuan.

Segundo Han, os fluxos de liquidação do DBS através do sistema CIPS cresceram 30% ano a ano em 2024, embora ele ressalte que a transição para mais liquidações denominadas em yuan ainda é gradual.

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Em uma entrevista, Han também falou sobre como as empresas estão lidando com a incerteza em relação às tarifas de Trump, além de detalhar a estratégia de crescimento do DBS no ambiente econômico atual.

“Uma das áreas que temos expandido neste ano é nossa capacidade de compensação para instituições financeiras (FI clearing). Temos sido bastante intencionais em relação aos investimentos que fizemos nessas capacidades de compensação”, disse.

O banco também busca aproveitar sua unidade de banco institucional para impulsionar seu retorno sobre o patrimônio líquido, atualmente em 17%, afirmou Han. Na semana passada, o DBS divulgou lucros trimestrais acima das estimativas, fazendo com que suas ações atingissem um recorde histórico.

“Ao trabalhar com os clientes de forma holística, não apenas oferecendo crédito, mas também consultoria e gestão de caixa, conseguimos enxergar as receitas não apenas do ponto de vista dos empréstimos ou da margem financeira (net interest income), mas realmente impulsionar nossas receitas baseadas em taxas,” disse Han.