Economia

Banco Central corta projeção do PIB de 2025 e vê inflação próxima à meta em 2028

25 set 2025, 8:36 - atualizado em 25 set 2025, 9:30
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Banco Central divulgou o Relatório de Política Monetária hoje. (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

O Banco Central (BC) piorou sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 de 2,1% para 2%, de acordo com o Relatório de Política Monetária divulgado nesta quinta-feira (25). Para 2026, a expectativa é de expansão de 1,5%.

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O relatório pondera que a economia brasileira segue em moderação. Após crescer 1,3% no primeiro trimestre, o crescimento econômico avançou 0,4% nos três meses seguintes de 2025, refletindo perda de fôlego em setores menos sensíveis ao ciclo econômico, embora os segmentos mais cíclicos tenham mantido ritmo positivo.

O mercado de trabalho, por sua vez, continua aquecido: a taxa de desemprego caiu para 5,7% entre abril e julho, o menor nível da série histórica.

Além disso, a autarquia prevê um crescimento do crédito maior no país este ano, de 8,8%  ante estimativa de 8,5% feita em junho. A expectativa é que o crédito às famílias suba 9,4% e, para as empresas, 8%.

Já em relação à inflação, os diretores afirmam que os preços ainda preocupam, apesar de alguma desaceleração.

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 12 meses recuou de 5,32% em maio para 5,13% em agosto, influenciado pela apreciação do real e pela queda nos preços de alimentos e bens industriais. Porém, a inflação de serviços segue pressionada pelo mercado de trabalho aquecido e pelo hiato do produto positivo.

Nas projeções do BC, a inflação deve permanecer acima do teto da meta nos próximos meses, encerrando 2025 em 4,8% e desacelerando para 3,6% em 2026. Para o horizonte relevante da política monetária, no primeiro trimestre de 2027, a projeção é de 3,4% e, para os três primeiros meses de 2028, é de e 3,1%.

Vale lembrar que a meta de inflação é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Pelas projeções da autarquia, os preços só devem voltar a se aproximar do centro desse objetivo em 2028.

Eles destacaram ainda que, embora tenha havido uma leve redução nas expectativas para esta ano, a trajetória inflacionária continua desafiadora, exigindo cautela na condução da política monetária.

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A mensagem sobre a condução da taxa de juros básica é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) seguirá “vigilante”. O colegiado avalia se a manutenção da Selic em 15% ao ano por período bastante prolongado é suficiente para levar a inflação à meta.

Em relação ao cenário global, o BC afirma que segue adverso. Tensões geopolíticas e incertezas sobre a condução da política econômica nos Estados Unidos têm elevado a volatilidade nos mercados e pressionado as condições financeiras internacionais.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.