Internacional

Banco central da China retoma debate sobre retirada de estímulo

06 nov 2020, 11:04 - atualizado em 06 nov 2020, 11:04
BC China People's Bank of China
Ele acrescentou que “no geral, a economia internacional está se recuperando, e a situação da China é melhor do que a da economia internacional” (Imagem: Reuters/Carlos Garcia Rawlins)

O banco central da China mais uma vez destacou a possibilidade de retirar as políticas de afrouxamento monetário, em forte contraste com Estados Unidos e Europa, onde o salto de casos de vírus obriga governos a avaliarem mais estímulos.

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Autoridades monetárias globais discutem o momento da retirada dos estímulos, e o consenso é que isso deve ser feito mais cedo ou mais tarde, disse na sexta-feira Liu Guoqiang, vice-presidente do Banco Popular da China.

“Sair é questão de tempo e também necessário”, disse. “Mas o momento e o método de saída precisam ser avaliados cuidadosamente, principalmente com base na situação de recuperação econômica.”

Ele acrescentou que “no geral, a economia internacional está se recuperando, e a situação da China é melhor do que a da economia internacional”.

A economia da China recuperou todas as perdas registadas no primeiro semestre. A retomada foi primeiro impulsionada pelas exportações e pela produção industrial e, posteriormente, reforçada com o aumento do consumo.

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É um dos poucos pontos positivos na economia global, que ainda tenta sair da pior recessão desde a Grande Depressão – e cuja situação fica mais complicada com o ressurgimento de casos de Covid-19 na Europa e nos EUA.

“Fizemos algumas pesquisas recentemente e podemos ver pela tendência que a economia do nosso país está relativamente forte, que as políticas estão surtindo efeito e a confiança do mercado está se recuperando”, disse Liu em Pequim em conferência de imprensa com outras autoridades financeiras. “Mas os ajustes das políticas não devem ser apressados ou enfraquecerem o efeito de servir à economia real”, nem causar mudanças bruscas das políticas, disse.

Riscos financeiros

Liu não forneceu detalhes sobre o momento de uma retirada do estímulo, ao mesmo tempo em que enfatizou que as políticas serão ajustadas com base nas mudanças nas condições e na demanda do mercado. Ele disse que o apoio será ainda maior em áreas que requerem assistência de longo prazo.

O PBOC adotou uma abordagem calculada para o afrouxamento monetário neste ano ao reduzir as taxas de juros, injetar liquidez e conceder moratórias para o pagamento de empréstimos corporativos. O presidente do banco central da China, Yi Gang, já disse que os mercados devem pensar em uma saída das políticas financeiras mais frouxas.

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Separadamente, o banco central também divulgou seu Relatório de Estabilidade Financeira, que destacou os riscos financeiros decorrentes do aumento do endividamento.

Pandemia à parte, “os riscos de default de algumas empresas aumentaram, o que pode ser transmitido ao sistema financeiro”, segundo comunicado que acompanha o relatório. O banco central chinês disse que tentará administrar esses riscos, resolver brechas de regulamentação e prevenir ameaças financeiras sistêmicas.

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bloomberg@moneytimes.com.br