Economia

Selic: Reviravolta faz parte do mercado ver nova alta dos juros; o que mudou?

05 jun 2025, 18:52 - atualizado em 05 jun 2025, 18:55
Economia, taxa Selic, Copom, Banco Central, inflação, Itaú Unibanco, Projeções
No fim da tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 estava em 14,9%, ante o ajuste de 14,82% (Imagem: iStock/ Rmcarvalho/Canva)

As taxas dos DIs fecharam em alta firme nesta quinta-feira, com investidores elevando as apostas de que o Banco Central promoverá aumento adicional de 25 pontos-base da Selic em junho, em meio a uma leitura de que o discurso mais recente de autoridades da autarquia traz um tom mais conservador.

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Ainda que não tenha havido um gatilho específico nesta quinta-feira, profissionais ouvidos pela Reuters pontuaram que a percepção do mercado mudou nos últimos dias e os agentes correm para se reposicionar.

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No fim da tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 estava em 14,9%, ante o ajuste de 14,82% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2027 marcava 14,36%, em alta de 15 pontos-base ante o ajuste de 14,212%.

Entre os contratos longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,91%, em alta de 14 pontos-base ante 13,77% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,95%, ante 13,813%.

As taxas futuras emplacaram um movimento de alta no Brasil desde o início do dia, embora no exterior os rendimentos dos Treasuries tenham oscilado no território negativo durante parte da manhã.

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De acordo com a analista Lais Costa, da Empiricus Research, o movimento esteve baseado na percepção de que o BC elevará a Selic em 25 pontos-base este mês, diferentemente do que vinha sendo precificado até alguns dias atrás.

“O sentimento de quem toma risco mudou. Os economistas de mesa claramente mudaram de posição sobre o Copom”, disse Costa, atribuindo a mudança em parte ao discurso recente do presidente do BC, Gabriel Galípolo.

De fato, na última segunda-feira, Galípolo afirmou, durante evento em São Paulo, que o Comitê de Política Monetária (Copom) continua discutindo o ciclo de alta da Selic — e não quando começará o ciclo de cortes da taxa básica, hoje em 14,75% ao ano.

Este discurso, na visão de alguns agentes, reforçou a possibilidade de mais um aumento de 25 pontos-base.

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Conforme operador da mesa de um grande banco de investimentos, nas reuniões fechadas com membros do BC os agentes de mercado também “não têm gostado” do tom das autoridades, o que justificaria a virada das apostas de manutenção para alta de 25 pontos-base.

O mercado de opções de Copom da B3 demonstra este processo de mudança de apostas com clareza.

Há pouco mais de uma semana, em 27 de março, a precificação era de 83,00% de probabilidade de manutenção da Selic este mês e 14,50% de chances de alta de 25 pontos-base.

Na quarta-feira — atualização mais recente — a precificação das opções era de 53,25% para manutenção e 44,50% para alta de 25 pontos-base.

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“Ganhou força o 25 (pontos-base de aumento da Selic), até pelo tom que o Galípolo vem adotando, de cautela”, pontuou o head de renda fixa da Manchester Investimentos, Rafael Sueishi.

No Brasil, investidores também seguiram atentos às discussões em Brasília sobre medidas fiscais que podem substituir a elevação de alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), mas o noticiário do dia não trouxe novidades.

No exterior, os yields se firmaram em alta durante a tarde, com as taxas de curto prazo mais aceleradas.

Às 16h49, o rendimento do Treasury de dois anos–que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo– tinha alta de 5 pontos-base, a 3,928%. Já o retorno do título de dez anos –referência global para decisões de investimento– subia 3 pontos-base, a 4,399%.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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