Taxa Selic

Banco Central: Por que a queda na gasolina é positiva para a Selic?

20 out 2023, 16:31 - atualizado em 20 out 2023, 16:31
Gasolina
Queda na gasolina: quando uma redução ocorre nesses preços, isso se torna um pouco mais positivo para os dados inflacionários (Imagem: Pixabay/Engin_Akyurt)

Na noite desta quinta-feira (19), a Petrobras (PETR3PETR4) elevou o preço do diesel e cortou o preço da gasolina em R$ 0,12 por litro para as distribuidoras. Dessa forma, o preço médio será de R$ 2,81 por litro, enquanto o diesel passará a ser de R$ 4,05 por litro.

Rafael Passos, analista da Ajax, explicou ao Money Times que no panorama geral, não acontece nenhuma grande mudança em relação ao cenário.

“Teoricamente, essas quedas, principalmente de diesel e gasolina, são positivas porque o impacto que eu tenho disso numa inflação é menor. A inflação contem alguns itens voláteis, mas que tem uma representatividade maior, ligados à energia e principalmente aqui, com o combustível“.

Segundo Passos, quando uma redução ocorre nesses preços, isso se torna um pouco mais positivo para os dados inflacionários.

“Isso é positivo para os juros porque vai em linha com convergência da inflação à meta e continuidade dessa queda de 50 ponto percentual que a gente têm visto”.

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Queda na gasolina: Os planos do Banco Central mudam?

Passos explica que o corte da gasolina em nada muda o direcionamento do Banco Central sobre a redução na Taxa Selic.

Isso porque, no momento em que se olha para o lado qualitativo da inflação, sobretudo em serviços, têm mostrado uma desaceleração mais forte. Segundo o analista da Ajax, o que mais importa para o BC são os núcleos

“A partir do momento em que a gente tem os núcleos desacelerando, que é o que vem mostrando, isso, sim, de fato, tem sido o grande direcionador para o BC continuar a redução de juros“, avalia.

Fiscal e cenário internacional

O mercado também acredita que o cenário fiscal pode atrapalhar o ritmo de queda na Selic.

Nesse sentido, desde o final de agosto, o Ministério da Fazenda tenta caminhar com o projeto de lei que determina a taxação dos fundos offshores, que são as aplicações financeiras no exterior, e dos exclusivos – conhecidos como super-ricos.

Essa taxação faz parte do plano da equipe econômica para elevar a arrecadação e atingir a meta do arcabouço fiscal, de zerar o déficit já em 2024.

O fato é que o texto parece não ter convencido a todos e, segundo o deputado Pedro Paulo, o problema está nas diferenças de tributação entre os fundos offshore e exclusivos, que teria criado um prejuízo para os investidores que têm recursos fora do país.

Apesar disso, para André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV/IBRE, o problema fiscal não é uma barreira, mas a guerra entre Hamas e Israel talvez possa ser uma pedra no sapato, fazendo com que o Comitê de Política Monetária (Copom) reavalie os efeitos desse conflito no caminhar da queda nos juros.

“Não vejo no momento o problema fiscal como barreira; o risco maior é a guerra. Se este provocar um aumento da inflação global, poderá provocar uma mudança da política monetária, ainda que esse caso não se configure um problema de demanda”.

Repórter
Graduanda em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá. Tem experiência cobrindo mercados, ações, investimentos, finanças, negócios, empreendedorismo, franquias, cultura e entretenimento. Ingressou no Money Times em 2021.
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Graduanda em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá. Tem experiência cobrindo mercados, ações, investimentos, finanças, negócios, empreendedorismo, franquias, cultura e entretenimento. Ingressou no Money Times em 2021.
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