Banco da Coreia prevê choque econômico “significativo” mesmo após acordo comercial com os EUA

O banco central da Coreia do Sul prevê um choque econômico “significativo” em razão do aumento das tarifas dos Estados Unidos, mesmo após a assinatura de um acordo comercial, segundo comunicado divulgado nesta quinta-feira (28). A justificativa é o aumento comparativamente maior nas tarifas em relação a outros exportadores concorrentes e a alta exposição do país a tarifas específicas por produto.
“Apesar de uma negociação relativamente bem-sucedida, a tarifa média imposta pelos EUA ao nosso país aumentou significativamente, para cerca de 15%, partindo de zero sob o antigo Acordo de Livre Comércio entre Coreia e Estados Unidos”, afirmou o Banco da Coreia (BOK) em um relatório.
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“Portanto, espera-se um choque significativo para a economia doméstica, altamente dependente das exportações com destino aos EUA”, acrescentou.
O BOK estimou o impacto das políticas tarifárias dos EUA sobre o crescimento econômico em -0,45 ponto percentual para este ano e -0,60 ponto percentual para o ano que vem, refletidos em suas projeções anuais de crescimento de 0,9% para 2025 e 1,6% para 2026.
No final de julho, o governo sul-coreano firmou um acordo comercial que fixou as tarifas dos EUA sobre importações da aliada asiática em 15%, abaixo da ameaça anterior de 25%, mas ainda acima da tarifa básica de 10% que estava em vigor.
Segundo o BOK, com base em suas estimativas sobre mudanças nas tarifas médias, a Coreia do Sul recebeu a nona maior redução tarifária entre 50 grandes exportadores para os EUA, quando comparado às ameaças iniciais de tarifas feitas por Trump em abril.
Ainda assim, em comparação à situação anterior às políticas tarifárias abrangentes de Trump, a Coreia do Sul enfrentou aumentos tarifários maiores do que mais da metade desses 50 exportadores, incluindo Japão e União Europeia, destacou o banco central.
O aumento mais acentuado para a Coreia do Sul se deve ao antigo acordo de livre comércio com os EUA e à alta exposição às tarifas dos EUA sobre importações de automóveis e produtos siderúrgicos, segundo o BOK.