Banco do Brasil (BBAS3): Entenda por que o mercado torceu o nariz mesmo com o lucro de quase R$ 4 bilhões no 2T25

O Banco do Brasil (BBAS3) divulgou lucro líquido de R$ 3,78 bilhões no segundo trimestre de 2025, um resultado que surpreendeu negativamente os especialistas.
Mas como pode o mercado financeiro torcer o nariz para o resultado de uma empresa que lucrou quase R$ 4 bilhões em um intervalo de apenas três meses? É uma preocupação legítima ou não passa de implicância?
Embora o valor pareça elevado à primeira vista, o desempenho ficou muito abaixo das projeções dos analistas, que esperavam um lucro de cerca de R$ 5,77 bilhões.
Em comparação com o primeiro trimestre de 2025, o lucro da instituição sofreu uma queda expressiva, de 58,7%. Na comparação anual, a retração foi ainda mais significativa, chegando a 60,2%.
Esses números revelam um cenário problemático para o banco, que além do lucro menor, teve um desempenho inferior no indicador de rentabilidade — conhecido como ROE (return on equity).
O ROE do Banco do Brasil caiu para 8,4% no período, bem distante do patamar ideal de pelo menos 15%, que considera o custo do capital no país.
Esse dado sugere que o banco não está gerando valor suficiente para seus acionistas, o que preocupa investidores.
O que pesou sobre o lucro e a rentabilidade do Banco do Brasil
Um dos principais fatores que contribuíram para o resultado negativo foi o desempenho da carteira de crédito do agronegócio, que apresentou um aumento na inadimplência e na quantidade de empréstimos reestruturados.
Para mitigar riscos, o banco teve de elevar suas provisões em 50,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, o que impactou negativamente os lucros.
Além disso, o Banco do Brasil anunciou uma redução na distribuição de dividendos, que passou de 40–45% para 30% do lucro líquido, indicando uma postura mais conservadora frente às incertezas do mercado.
Especialistas alertam que a combinação de lucro reduzido, baixa rentabilidade e aumento dos custos com inadimplência tende a comprometer a competitividade do banco no futuro.
A menor geração de resultados pode dificultar investimentos em inovação e expansão, além de afastar potenciais investidores.
A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, reconhece que 2025 é um ano de ajustes e reforça o compromisso da instituição com a transformação e o crescimento sustentável ao longo do período.
O Banco do Brasil está diante de um desafio importante para reverter o quadro adverso e retomar a confiança do mercado, seja por meio de melhorias na qualidade da carteira de crédito, seja com estratégias para aumentar a rentabilidade e entregar melhores retornos aos acionistas.