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Banco Inter: apesar do prejuízo e da ação em queda, analistas indicam compra. Por quê?

20 maio 2020, 18:30 - atualizado em 20 maio 2020, 18:32
(Imagem: Divulgação/Banco Inter)

O Banco Inter (BIDI11) apresentou, nesta terça-feira (19), algo raro no setor bancário brasileiro: um balanço com prejuízo. Prejudicado pela marcação a mercado de títulos e valores mobiliários em tesouraria, o banco fechou o primeiro trimestre com prejuízo líquido contábil de R$ 8,4 milhões.

O resultado contrasta com o lucro líquido de R$ 12,1 milhões do mesmo período do ano passado, e com os ganhos de R$ 24,7 milhões no quarto trimestre. Em resposta, os investidores mostraram sua decepção no pregão desta quarta-feira (20).

As ações despencaram 6,79%, negociadas a R$ 26,10. O Ibovespa, principal índice da B3, subiu 0,71% a 81.319 pontos.

Mas, nem o prejuízo divulgado, nem a forte queda dos papéis hoje abalam a confiança dos analistas no Banco Inter. Os primeiros relatórios divulgados reafirmam a convicção de que a instituição está no bom caminho e que o resultado do primeiro trimestre é apenas um tropeço.

Futuro promissor

A Guide Investimentos, por exemplo, afirma que “o banco vem mostrando bons resultados desde que se tornou 100% digital, e durante a crise, isso se torna ainda mais vantajoso”.

A gestora acrescenta que o Banco Inter “ainda mostrou uma série de inovações em sua operação, além de grandes avanços em seus números, versus os períodos anteriores.”

Eduardo Rosman e Thomas Peredo, que assinam o relatório do BTG Pactual, seguem a mesma trilha. A dupla afirma que a rentabilidade aos acionistas ainda será pressionada, nos próximos trimestres, pelo coronavírus, que afetará o montante de provisões para empréstimos não-performados, e por projetos do Banco Inter que ainda não amadureceram.

Assim, o ROE (retorno sobre patrimônio líquido, na sigla em inglês) deve permanecer em um dígito por alguns trimestres.

Coronavirus
Contratempo: para analistas, coronavírus atrapalha, mas não destrói tese de investimento do Banc Inter (Imagem: Agência Brasil/ Renato Alves)

“Mas sinalizamos muitos indicadores de performance inspiradores e um valuation mais atraente de US$ 1,1 bilhão, o que torna a ação uma opção interessante, dado seu potencial no longo prazo”, dizem os analistas.

Agora é a hora

Para o BTG Pactual, a conjugação da queda acumulada de 39% do papel, neste ano, com a precificação de US$ 1,1 bilhão transforma o Banco Inter numa grande oportunidade de investimento., mesmo com o ROE de um dígito e a pandemia fazendo sombra sobre novos projetos.

O BTG Pactual defende que o Inter é mais atraente, por exemplo, que concorrentes europeus, já que possui uma licença plena para operar como banco, possui depósitos baratos e uma base de mais de 5 milhões de clientes, além de diversas inovações.

Por tudo isso, o BTG Pactual reitera sua recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de R$ 36 nos próximos 12 meses. O valor representa uma alta potencial de 28% sobre a cotação usada como referência pelos analistas.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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