Economia

Banco central da Suíça alerta para incertezas econômicas e apoia propostas de reforço regulatório no setor bancário

19 jun 2025, 5:09 - atualizado em 19 jun 2025, 4:25
Banco central da Suíça apoia reforço na regulação bancária no país (Imagem: REUTERS/Arnd Wiegmann)

Em seu Relatório de Estabilidade Financeira de 2025, divulgado nesta quinta-feira, o Banco Nacional Suíço (SNB) alertou que as perspectivas econômicas permanecem altamente incertas devido às tensões geopolíticas e comerciais. Além disso, afirmou que as fragilidades regulatórias do setor bancário da Suíça devem ser corrigidas para reforçar a resiliência do banco UBS.

“Vários fatores de risco podem amplificar o impacto de possíveis choques negativos sobre as condições econômicas e financeiras globais”, disse o SNB.

Entre os riscos citados no documento do banco central suíço estão o endividamento público próximo a níveis históricos em escala global, a valorização excessiva do mercado imobiliário residencial internacional, dos títulos corporativos globais e do mercado acionário dos Estados Unidos.

Na Suíça, a rentabilidade do setor bancário melhorou em 2024 em relação ao ano anterior, impulsionada pelo desempenho do UBS, destacou o SNB.

O volume de crédito suíço continuou crescendo, impulsionado pela queda nas taxas de juros, apesar de ajustes setoriais após a aquisição do Credit Suisse pelo UBS em 2023 — atualmente o único grande banco restante no país – e a implementação das regras finais de Basileia III em 2025. O SNB alerta que os juros baixos na Suíça podem incentivar maior assunção de riscos nos setores de hipotecas e imóveis, elevando vulnerabilidades.

As taxas de capital permaneceram amplamente estáveis, os colchões de capital disponíveis refletem uma forte capacidade de absorção de perdas e de concessão de crédito, e os bancos mantiveram substanciais reservas de liquidez, contribuindo para sua resiliência, segundo o relatório.

No entanto, o SNB alertou que ainda existem fragilidades regulatórias que precisam ser resolvidas para fortalecer o sistema financeiro, manifestando apoio às propostas do governo suíço apresentadas neste mês com o objetivo de evitar futuras crises.

Bancos voltados ao mercado interno sofreram queda nos lucros, devido à redução nas margens de juros e ao aumento dos custos operacionais, mas continuam com taxas de capital bem acima dos requisitos.

Entre os bancos sistemicamente importantes (SIBs), PostFinance, Raiffeisen Group e Zürcher Kantonalbank (ZKB) viram suas lucratividades caírem devido à queda na receita líquida de juros. A PostFinance também relatou aumento nas perdas por crédito. Raiffeisen e ZKB mantêm capital bem acima dos mínimos regulatórios. Já a alavancagem da PostFinance está apenas ligeiramente acima do exigido.

Crise 2022/23 deixa marcas

Vulnerabilidades de liquidez também estão sendo abordadas. As crises de 2022–2023 demonstraram como os saques podem ocorrer rapidamente, o que motivou propostas para buffers de liquidez mais robustos, planos de contingência aprimorados, exigências de colateral e um mecanismo público de apoio à liquidez (PLB) na Suíça.

O relatório também destaca o crescente papel dos intermediários financeiros não bancários (NBFIs), como fundos de investimento, fundos de pensão e seguradoras, que agora representam 110% do PIB suíço — um crescimento mais rápido do que o dos bancos.

Embora a maioria dos NBFIs suíços represente risco sistêmico limitado, cerca de 20% apresentam vulnerabilidades semelhantes às de bancos. O UBS responde por 67% dos créditos e 60% das obrigações envolvendo NBFIs. O SNB pede mais coleta de dados para avaliar melhor os riscos desses agentes e sua interconexão com o sistema bancário.

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