Comprar ou vender?

Banco Pan é a ação mais barata para ganhar com a onda digital no Brasil, afirma Santander

20 nov 2020, 14:48 - atualizado em 21 nov 2020, 2:42
Banco Pan - Conta Digital
A corretora aproveitou o momento para elevar a estimativa de lucro do Pan em 2020 e 2021 em 8% e 4%, respectivamente (Imagem: Divulgação/Banco Pan)

Com forte presença em plataformas digitais, a ação do Banco Pan (BPAN4) é uma das melhores para ganhar com a digitalização que está ocorrendo entre as empresas, aponta o Santander em relatório enviado a clientes nesta semana.

Para o analista Henrique Navarro, que assina o relatório, o banco atravessou o momento mais agudo da pandemia como se não houvesse coronavírus.

“Acreditamos que o Banco Pan se mostrou preparado para enfrentar a pandemia do coronavírus, com ferramentas digitais de apoio à originação de crédito apesar do lockdown”, afirma.

A corretora aproveitou o momento para elevar a estimativa de lucro do Pan em 2020 e 2021 em 8% e 4%, respectivamente.

Segundo o analista, essas mudanças refletem, principalmente, a receita líquida de juros 10% mais alta para 2020 e 2021, parcialmente compensada por despesas acima do esperado.

Mesmo assim, a corretora manteve o preço-alvo do banco em R$ 14, o que significa um potencial de valorização de 50%.

Perspectivas

Navarro conversou com o CEO, Carlos Guimarães, o CFO, Mauro Dutra, e Inácio Caminha, chefe do RI (relações com investidores) do Banco Pan para falar um pouco sobre o futuro da empresa no pós-pandemia.

Ponto que preocupou investidores durante a pandemia, o banco não elevou as reservas de provisões para a inadimplência, devido o perfil defensivo de sua carteira de empréstimos.

Segundo a empresa, a decisão se mostrou correta, uma vez que os níveis de empréstimos entre 15-90 dias já estão abaixo do nível pré-coronavírus, em 7,3% ante os 9% no primeiro trimestre.

“Ao contrário dos grandes bancos brasileiros, o Banco Pan ofereceu prazos de carência para menos de 1% dos clientes; dessa forma, a evolução da inadimplência reflete o desempenho real da carteira”, argumenta.

Outro aspecto destacado foi a venda da posição da Caixa em ações preferenciais. Agora, o banco só detém ações ordinárias do Pan.

“Qualquer intenção da Caixa de desinvestir ainda mais do Banco Pan vai depender dos planos do governo, mas, se acontecer, será gradativo”, afirmou o analista.

Ainda segundo ele, no futuro, a administração espera mais reduções, mas graduais.

Banco Pan
O Banco Pan registrou um lucro líquido de R$ 170 milhões no terceiro trimestre de 2020, alta de 26% (Imagem: Linkedin/Banco Pan)

Riscos

Apesar do otimismo, o banco têm alguns riscos. O principal deles envolve o risco regulatório, tanto em empréstimos consignados quanto para os bancos digitais.

“No passado, a agência reguladora aplicou um limite para as taxas de juros de empréstimos consignados. Embora não haja indicação de outro movimento como esse, esse é um risco a ser monitorado, que poderia impactar negativamente a rentabilidade desse segmento”, destaca.

Além disso, lembra ele, há um projeto de lei atualmente em discussão propondo a suspensão das parcelas do empréstimo consignado por quatro meses.

O Banco Pan registrou um lucro líquido de R$ 170 milhões no terceiro trimestre de 2020, alta de 26% em relação ao mesmo período de 2020, mostra documento enviado ao mercado nesta quarta-feira (4).

Segundo o banco, apesar dos efeitos adversos da crise causada pela Covid-19 na economia, o período mostrou uma perspectiva positiva, com a melhora dos indicadores de inadimplência e a percepção de que segmentos da economia já começam a retomar a atividade.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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