Economia

Bancos Centrais atuam em bloco para elevar juros a níveis não vistos desde crise financeira de 2008

11 maio 2023, 19:08 - atualizado em 11 maio 2023, 19:08
Banco da Inglaterra, BoE, BCE, Banco Central Europeu, Fed
BoE encerrou a ‘temporada’ de decisões monetárias nesta quinta-feira. (Imagem: Reuters/Toby Melville)

O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) encerrou a temporada de decisões monetárias trazendo o tom mais duro entre os Bancos Centrais.

Além de aumentar em 0,25 ponto-percentual a taxa de juros no Reino Unido, a autoridade monetária alertou que pode não ser possível atingir a meta inflacionária até 2025. 

O BoE também fez uma mea culpa ao reconhecer um erro comum aos BCs desenvolvidos: ter subestimado a persistência e força da inflação. No caso do Reino Unido, o segmento de alimentos é o que mais tem contribuído para essa pressão sobre sobre os preços.

Agora aos 4,5%, a taxa de juros britânica alcança um nível não visto desde o início da crise financeira de 2008. E não deve parar por aí: os mercados precificam adicionais 50 pontos-base na taxa de juros, até que se conclua o aperto.

O aperto das condições de crédito para refrear a demanda levanta questões entre investidores se a quinta economia do mundo conseguirá evitar uma recessão.

Quanto a isso, o BoE tem boas notícias. De acordo com as projeções do BC, a Grã-Bretanha escapará de uma contração econômica, elevando o crescimento do PIB em 2026 para 2,25%.

Bancos Centrais voltam a endurecer tom contra inflação

Diversas decisões de taxas básicas de juros foram anunciadas nesta semana, lideradas pelo Federal Reserve americano e do Banco Central Europeu (BCE). Ambos aumentaram as taxas em 25 pontos-base, porém com mensagens distintas.

Nos Estados Unidos, que agora contam com uma taxa de 5% a 5,25%, o Fed apagou o trecho no qual comentava que o comitê antecipava mais altas à frente.

Como detalha a equipe de research da XP, “embora o presidente da entidade monetária tenha evitado falar a palava “pausa” em seu conference call, ele se referiu especificamente à ausência do trecho do comunicado”.

Apesar de sinais contrários do mercado, Powell descartou a possibilidade de cortes de juros.

Já o Banco Central Europeu, após elevar a sua taxa de referência para 3.25%, também sinalizou que haverá mais altas à frente. A presidente Christine Lagarde foi enfática em afirmar que há mais trabalho a fazer.

A reboque da última alta de 0,25 ponto-percentual, o BCE encaminha para colocar a zona do euro sob o regime mais restritivo em mais de 15 anos.

O endurecimento do tom contra a inflação não partiu somente dos nomes mais famosos. BCs da Austrália e Malásia contrariaram a expectativa de economistas e elevaram suas taxas de juros.  Em seus respectivos comunicados, as instituições da Oceania e do Sudeste Asiático indicaram que a inflação também continua sendo um problema para diversas economias do Oriente e do Pacífico.

Também na mesma linha de preocupação está a fala do presidente do Banco Central do Canadá. De acordo com Tiff Macklen, caso haja sinais de que a trajetória dos preços não está indo em direção à meta de 2%, estará preparado para continuar o ciclo de aperto.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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