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Bancos dos EUA esperam pior trimestre desde a crise financeira

10 jul 2020, 15:49 - atualizado em 10 jul 2020, 16:23
Wells Fargo Bancos Empresas
“O primeiro trimestre foi difícil, mas refletiu apenas duas semanas em março. ” (Imagem: Reuters/Mario Anzuoni)

Os bancos dos EUA tiveram poucas semanas de experiência com a pandemia quando tentaram prever até que ponto a situação poderia se deteriorar. Agora, eles estão prestes a revelar o que mais três meses de Covid-19 fizeram com o setor.

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Os balanços do segundo trimestre, que serão divulgados na próxima semana, provavelmente mostrarão que as tendências que surgiram no início do ano se intensificaram: aumento das provisões para perdas com empréstimos e queda no gasto do consumidor, enquanto os ganhos com a negociação de ativos financeiros ajudaram algumas instituições financeiras a enfrentar a tempestade.

“Veremos três meses completos de pandemia nos números agora”, disse o analista Kyle Sanders, da Edward Jones, acrescentando que o segundo trimestre provavelmente foi o pior para os resultados dos bancos desde a crise financeira.

“O primeiro trimestre foi difícil, mas refletiu apenas duas semanas em março. ”

O aumento do desemprego impediu muitos consumidores de pagar dívidas ou assumir novos financiamentos, forçando os bancos a separar mais capital para cobrir empréstimos de recebimento duvidoso e reduzindo seus ganhos líquidos com intermediação financeira.

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Por todo o país, ordens de isolamento social esvaziaram lojas e centros comerciais em abril, maio e junho, o que provavelmente prejudicou um pilar do crescimento dos bancos nos últimos anos: as taxas de serviço e cartões de crédito.

As ações refletiram o quanto a crise deste ano prejudicou os bancos. O índice S&P 500 Financials caiu 26% desde o final de dezembro, enquanto o S&P 500 amplo recuou apenas 2,4%. A ação do Wells Fargo amarga a maior perda do ano entre os principais bancos, após um tombo de 55%.

Com base em estimativas compiladas pela Bloomberg, a maioria dos bancos provavelmente aumentou as provisões em relação aos primeiros três meses do ano e o lucro somado dos quatro maiores bancos dos EUA será o menor em mais de uma década.

Para o Wells Fargo, que já sofria as consequências de escândalos revelados antes da pandemia, o resultado do segundo trimestre pode ser o pior desde a crise financeira, pelo menos.

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A instituição divulgará o tamanho da redução dos dividendos na próxima semana. Fontes afirmam que o banco sediado em São Francisco está preparando milhares de demissões.

O diretor financeiro, John Shrewsberry, avisou no mês passado que o banco faria provisões maiores para créditos de recebimento duvidoso no segundo trimestre, sendo que nos três meses anteriores o provisionamento chegou a US$ 4 bilhões e já foi o maior em uma década.

Para o setor como um todo, as provisões para perdas com empréstimos devem atingir os maiores níveis desde a crise financeira, de acordo com analistas do Barclays.

As atividades de negociação de ativos financeiros e originação devem ser pontos favoráveis para a maioria dos bancos, dado que a busca global por liquidez embalou as taxas no segundo trimestre.

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bloomberg@moneytimes.com.br