Economia

Bancos reduzem projeções de crescimento da China para abaixo da meta de 5% após ‘tarifaço’ de Trump

16 abr 2025, 10:30 - atualizado em 16 abr 2025, 10:43
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Os principais bancos do mundo reduziram as estimativas para o crescimento da China em 2025; PIB deve apresentar desaceleração ante 2024 (Imagem: Getty Images Signature/Canva Pro)

Os principais bancos do mundo reduziram as projeções para o crescimento econômico da China neste ano, uma vez que as tarifas agressivas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, devem afetar a segunda maior economia do mundo.

As tensões comerciais entre China e EUA têm se intensificado desde que Trump anunciou tarifas recíprocas em 2 de abril, o que levou a taxas retaliatórias sobre os produtos de ambos os países.

Em 11 de abril, a China estava praticamente sob um embargo comercial dos EUA, já que as tarifas norte-americanas sobre o país subiram para 145%. Já nesta quarta-feira (16), a Casa Branca ‘corrigiu’ a alíquota para 245%.

Antes do ‘tarifaço’, alguns dos bancos haviam melhorado suas previsões para a China há apenas um mês, incentivados por sinais de melhora na economia nos dois primeiros meses do ano.

O Produto Interno Bruto (PIB) chinês do primeiro trimestre superou as expectativas, com um crescimento anual de 5,4%, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (16). Os analistas esperavam uma alta de 5,1%.

No ano, a expectativa é de que a segunda maior economia do mundo cresça 4,5%, contra a expansão de 5,0% de 2024, de acordo com economistas consultados pela Reuters. O número também deve ficar abaixo da meta oficial do governo de 5,0% deste ano.

O que esperar de China?

Na avaliação do Citi, há pouco espaço para um acordo entre os EUA e a China após as recentes escaladas de tensão. Para o banco, as políticas domésticas poderiam se concentrar mais na expansão da demanda, com novos estímulos econômicos.

“Esperamos um financiamento adicional de 1 a 1,5 trilhão de yuans (US$ 205 bilhões) enquanto a implementação de políticas se acelera”, diz o banco em relatório.

Na mesma linha, os analistas do Morgan Stanley esperam que as autoridades chinesas antecipem o pacote de estímulo de 2 trilhões de yuans.

Na visão do banco, estão entre as possíveis medidas um “modesto” afrouxamento monetário, a emissão antecipada e implantação de títulos de construção locais, um aumento do programa de troca de bens de consumo, o lançamento de subsídios nacionais à fertilidade e a digestão mais rápida do estoque de moradias.

Já o Goldman Sachs destaca que os eventos recentes ressaltaram a velocidade com que o presidente Trump pode alterar as taxas tarifárias, ao mesmo tempo em que há maior probabilidade que as tarifas  mais elevadas sobre os produtos chineses persistam.

“Estimamos que de 10 a 20 milhões de trabalhadores na China podem estar expostos às exportações dos EUA. Espera-se que a combinação de tarifas extremamente altas dos EUA, exportações em declínio acentuado para os EUA e uma economia global em desaceleração gere pressões substanciais sobre a economia e o mercado de trabalho chineses”, dizem os analistas do banco.

O UBS, por sua vez, estima que as exportações da China para o território norte-americano caiam em cerca de dois terços (aproximadamente 67%) nos próximos trimestres, o que deve corresponder a uma redução de 10% em dólares neste ano.

Confira as projeções de crescimento da China neste ano:

Projeção do PIB da China em 2025 
Banco Anterior Atual 
Citi 4,7% 4,2%
Goldman Sachs 4,5% 4,0%
Morgan Stanley 4,5% 4,2%
UBS 4% 3,4%

*Com informações da Reuters

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.

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