Economia

Maioria dos bancos aprova pausa nas altas da Selic e vê juros caindo a partir de janeiro de 2026, diz Febraban

07 jul 2025, 10:45 - atualizado em 07 jul 2025, 10:45
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Maioria dos bancos aprova pausa da Selic em 15% e prevê início da queda dos juros só em 2026, aponta pesquisa da Febraban com 21 instituições. (iStock/ Rmcarvalho)

A maioria dos bancos brasileiros (76,2%) aprova a decisão do Banco Central (BC) de encerrar o ciclo de altas da taxa Selic em 15%. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), parte das instituições (61,9%) espera que os juros comecem a cair em janeiro de 2026.

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Segundo levantamento realizado entre os dias 25 e 30 de junho, com a participação de 21 instituições financeiras, a projeção mediana aponta para manutenção da taxa Selic em 15% até o fim de 2025, com uma redução de 0,25 pontos percentuais (p.p), na primeira reunião de 2026.

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De acordo com a pesquisa da Frebraban, as projeções para a inflação em 2025 seguem elevadas, mas já há sinais de percepção de alguma melhora no cenário inflacionário de curto prazo.

O levantamento ainda mostra que caiu de 77,3% para 71,4% aqueles que esperam que a inflação fique entre 5% e 5,5%. Enquanto isso, os demais entrevistados (28,6%) esperam uma inflação abaixo de 5% no final do ano, e não acima, como no levantamento de maio.

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Crédito deve crescer

Os bancos também ajustaram para cima a expectativa de crescimento do crédito total em 2025, passando de 8,5% para 8,7%. O destaque fica para a carteira com recursos direcionados às empresas, cuja projeção de expansão subiu de 9,1% para 10,1%, refletindo especialmente os programas públicos de crédito como o PEAC-FGI.

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A carteira de crédito direcionado para pessoas físicas também teve leve alta nas projeções, para 9,1% (ante 8,9%). No total, a carteira direcionada deve crescer 9,3% em 2025. Para a carteira com recursos livres, a projeção subiu para 8,2%, puxada pelo crédito às famílias, cuja estimativa passou de 9,1% para 9,5%.

Por outro lado, o crédito livre para empresas teve leve recuo, com projeção de alta de 6,1%, ante 6,4% na pesquisa anterior, impactado pela concorrência com os recursos direcionados e o mercado de capitais.

“Os bancos estão reajustando ligeiramente para cima as projeções de crescimento do crédito neste ano, diante do bom desempenho registrado no primeiro semestre, especialmente na carteira PJ com recursos direcionados”, disse Rubens Sardenberg, diretor de Economia da Febraban.

A taxa de inadimplência da carteira com recursos livres continua sendo um ponto de atenção. A projeção subiu para 5%, ante 4,7% no levantamento anterior, praticamente em linha com a estimativa para 2026, de 4,9%.

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Para 2026, a expectativa é de crescimento do crédito em 7,9%, acima dos 7,6% da pesquisa anterior, com alta tanto nas carteiras livres quanto direcionadas.

PIB e política monetária nos EUA

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025, 42,9% dos bancos projetam crescimento em torno de 2,2%, alinhado ao consenso do mercado. Os demais se dividem entre um cenário mais otimista ou mais pessimista, sem um viés claro.

Quanto à política monetária dos Estados Unidos, 52,4% dos entrevistados acreditam que o Federal Reserve (Fed) deve realizar dois cortes de 0,25 ponto percentual até o fim de 2025, enquanto 38,1% esperam apenas um corte nesse período.

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Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
gustavo.silva@moneytimes.com.br
Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.