Bancos

Banqueiros do Fed seguem para as montanhas dos EUA em meio a difícil quadro inflacionário

24 ago 2022, 11:46 - atualizado em 24 ago 2022, 11:46
Federal Reserve
No ano passado, o chair do Fed, Jerome Powell, afirmou que o salto na inflação deveria ser transitório (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

Neste período do ano passado, os maiores bancos centrais do mundo estavam unidos na compreensão equivocada da inflação.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Agora, conforme os principais banqueiros centrais norte-americanos se reúnem para a conferência anual de política monetária do Federal Reserve de Kansas City em Jackson Hole, Wyoming, o banco central dos EUA parece que poderá obter uma “aterrissagem suave” para sua própria economia, mas as perspectivas para a Europa são muito mais preocupantes.

Grande parte do mundo está enfrentando a maior alta de preços desde o início da década de 1980, levantando temores de uma repetição do fenômeno de espiral de preços e salários daquela época que exigiu taxas de juros de dois dígitos, além de recessões dolorosas, para restaurar a estabilidade de preços.

Isso deixa muitas das autoridades que estão a caminho das montanhas Grand Teton nesta semana torcendo para que as pressões inflacionárias de hoje diminuam rápido o suficiente para permitir que combatam as desacelerações previstas em economias ao redor do mundo.

“Eles estão presos entre uma recessão iminente e uma inflação altíssima. Sua primeira preocupação é reagir à inflação alta”, disse Holger Schmieding, economista-chefe do banco de investimento Berenberg. “Uma vez que a recessão esteja claramente presente, a preocupação mudará.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Essa mudança, no entanto, pode ser assimétrica, com o Federal Reserve, em particular, sinalizando uma relutância em reverter rapidamente as marchas.

No ano passado, o chair do Fed, Jerome Powell, afirmou que o salto na inflação deveria ser transitório. À medida que essa narrativa se desfazia, ele se tornou a força motriz por trás do ritmo mais rápido de aperto monetário nos Estados Unidos em quatro décadas.

Além disso, ele e outros do banco central norte-americano também indicaram a disposição de tolerar uma certa contração da economia americana se isso for necessário para domar a inflação.

Embora haja algumas indicações de que o Fed poderá diminuir em breve seus aumentos de juros do ritmo de 75 pontos-base adotado em suas duas últimas reuniões de política monetária, Powell pode usar seu discurso no simpósio na sexta-feira para esfriar expectativas de cortes da taxa em 2023.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A inflação de preços ao consumidor nos EUA caiu, mas em julho ainda estava próxima ao maior patamar em quase 40 anos, a 8,5% –abaixo dos 9,1% no mês anterior– e deve atingir uma média de quase 4% em 2023, segundo analistas consultados pela Reuters.

A perspectiva é muito pior na Europa importadora de energia, onde a invasão da Ucrânia pela Rússia levou a preços vertiginosos de energia que devem continuar acelerando à medida que Moscou retalia as sanções europeias restringindo os fluxos de gás.

As previsões do Banco Central Europeu mostram que a inflação da zona do euro cairá para 3,5% em 2023, mas seus números têm sido constantemente revisados para cima e a Alemanha agora espera uma inflação acima de 6%, sugerindo que as próximas previsões do BCE em setembro serão mais altas.

O BCE elevou as taxas de juros no mês passado pela primeira vez em 11 anos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Siga o Money Times no Instagram!

Conecte-se com o mercado e tenha acesso a conteúdos exclusivos sobre as notícias que enriquecem seu dia! Sete dias por semana e nas 24 horas do dia, você terá acesso aos assuntos mais importantes e comentados do momento. E ainda melhor, um conteúdo multimídia com imagens, vídeos e muita interatividade, como: o resumo das principais notícias do dia no Minuto Money Times, o Money Times Responde, em que nossos jornalistas tiram dúvidas sobre investimentos e tendências do mercado, lives e muito mais… Clique aqui e siga agora nosso perfil!

Compartilhar

A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.