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Banrisul terá cenário “desafiador” pela frente, alerta BB

17 ago 2020, 14:36 - atualizado em 17 ago 2020, 19:37
Entre os destaques negativos pontuados pelos analistas Rafael Reis e Wesley Bernabé, que assinam o relatório, está a carteira de crédito, que contraiu 0,6% (Imagem: YouTube/Banrisul)

Os resultados do Banrisul (BRSR6) no segundo trimestre vieram abaixo do esperado pelo BB Investimento, revela relatório enviado a clientes nesta segunda-feira (17). A companhia obteve lucro líquido de R$ 120 milhões, queda de 64,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

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Entre os destaques negativos pontuados pelos analistas Rafael Reis e Wesley Bernabé, que assinam o relatório, está a carteira de crédito, que contraiu 0,6% em relação ao trimestre anterior, com recuo mais evidente nas linhas Pessoa Física e Pessoa Jurídica.

“No comparativo anual, o banco sustenta uma expansão de carteira tímida – pouco mais de 4% – aquém do comportamento do mercado”, afirmaram a dupla. Apesar isso, a margem financeira avançou 3% no trimestre, favorecida pelo menor custo de captação.

Mesmo com o aumento de 63,3% das despesas de provisão por conta da crise econômica causada pelo coronavírus, o número “não representou, em nossa visão, um ponto necessariamente negativo, já que o movimento acompanhou a tendência da indústria”, argumentaram.

As receitas de serviços seguiram a tendência e recuaram 9,2% no trimestre, refletindo o menor fluxo de negócios verificado no período por conta da pandemia.

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“A pandemia – que acometeu a região sul mais tardiamente – deva machucar o resultado do terceiro trimestre de forma mais contundente do que nos pares de atuação nacional”, afirmaram os analistas (Imagem: Reuters)

Já o índice de inadimplência atingiu 3,54% no período, ante 3,37% no primeiro trimestre.

“Consideramos o dado negativo, já que o banco envidou esforços na repactuação das operações de crédito por conta da pandemia em aproximadamente 14% do volume total da carteira de crédito, o que deveria ensejar em um índice de fato menor”.

Cenário desafiador

Para os analistas, mesmo com uma carteira defensiva e nível de provisionamento adequado para o momento, o cenário pode se tornar desafiador na medida que a inadimplência se consolide em ascensão, “já que do lado das receitas é improvável que continue capturando benefícios de redução no custo de captação como o vivenciado no segundo trimestre”, disseram.

“Ainda que uma retomada da economia em ritmo mais pujante possa ajudar o banco a recuperar parte da performance, acreditamos que a pandemia – que acometeu a região sul mais tardiamente – deva machucar o resultado do terceiro trimestre de forma mais contundente do que nos pares de atuação nacional, em especial nas receitas de serviços, mais dependentes de fluxo nas agências”.

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O BB Investimento manteve a recomendação neutra, com preço-alvo para o final de 2020 de R$ 18,60.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.