Eleições 2022

Barroso abre evento sobre transparência eleitoral com defesa de urnas eletrônicas

04 out 2021, 16:17 - atualizado em 04 out 2021, 16:17
Luís Roberto Barroso
O presidente do tribunal disse que a corte está muito empenhada em prover para a sociedade brasileira “eleições limpas, seguras e auditáveis” (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

A um ano das eleições gerais, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, abriu na tarde desta segunda-feira o “Ciclo de Transparência Democrática – Eleições 2022” evento com a participação de representantes de vários partidos políticos e outras autoridades em que se demonstrou todos os passos para o uso das urnas eletrônicas.

O TSE decidiu ampliar a exposição e a participação dos envolvidos no processo eleitoral após constantes ataques feitos pelo presidente Jair Bolsonaro contra o atual sistema eletrônico de votação, chegando inclusive a ameaçar que poderia não haver disputa no próximo ano.

Bolsonaro defende a adoção do voto impresso para urnas eletrônicas, proposta que já foi derrotada pelo plenário da Câmara dos Deputados e é alvo de críticas de especialistas por ser vulnerável a fraudes.

Nesta segunda, na inauguração do ciclo de transparência, representantes dos partidos puderam acompanhar no TSE a etapa de código-fonte, conjunto de linhas de programação do software da urna eletrônica para que ela funcione.

O presidente do tribunal disse que a corte está muito empenhada em prover para a sociedade brasileira “eleições limpas, seguras e auditáveis”, destacando que o país está no maior período de estabilidade democrática, 33 anos desde a promulgação da Constituição de 1988.

“Nós nos empenhamos em que as urnas expressem fidedignamente a vontade popular e que o jogo transcorra da forma mais limpa possível”, afirmou.

O secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Júlio Valente, fez uma explicação de todas os 12 pontos de auditoria do sistema, desde o ato desta segunda-feira até a lacração do programa das urnas para ser usado na votação propriamente dita.

Valente destacou que as urnas funcionam fora de redes de internet e que o processo, adotado desde 1996, retirou a intervenção humana que poderia levar a fraudes, numa referência à época em que a votação era em cédulas de papel e a contagem manual.

“É um processo auditável, inovador e em 25 anos passa por melhorias contínuas”, reforçou.

Mais cedo, sem citar Bolsonaro, Barroso afirmou que o Brasil terá sim eleições livres e instituições funcionando em 2022, apesar dos ataques que foram feitos à democracia no país.

“Estou seguro que chegaremos às eleições de 2 de outubro de 2022, daqui um ano, com instituições funcionando, eleições livres, instituições funcionando, uma campanha aberta, robusta, mas digna, para escolha do novo presidente do Brasil e para as representações no Congresso e nas assembleias legislativas”, afirmou na abertura de um seminário sobre integridade eleitoral na América Latina, organizado pelo TSE para marcar um ano até as próximas eleições.

reuters@moneytimes.com.br