‘Bastante incomodado’: Galípolo reforça postura restritiva do Banco Central contra a inflação fora da meta

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira (23) que a autoridade monetária está “bastante incomodada” com a inflação e as expectativas no Brasil fora da meta, embora esteja ocorrendo um processo de desinflação rápido, e reforçou a manutenção de uma política monetária restritiva por período prolongado.
“A inflação e expectativas seguem fora do que é a meta. Isso é um ponto de bastante incômodo para o Banco Central, mas estamos falando de uma inflação que está num processo de redução e retorno para a meta em função de um Banco Central que vem se mostrando sempre bastante diligente e tempestivo no combate a qualquer tipo de processo inflacionário”, disse ele durante apresentação no Fórum Econômico Indonésia-Brasil, em Jacarta.
No entanto, ele não fez previsões sobre quando a inflação pode atingir a meta, que é de 3% com margem de 1,5 ponto percentual.
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A pesquisa Focus mais recente apontou que o IPCA deve encerrar este ano com avanço de 4,70%, de acordo com a mediana das projeções dos especialistas consultados, sem perspectiva de que o índice atinja o centro do objetivo ao final de cada ano até 2028.
Em setembro, o IPCA teve alta de 0,48%, acumulando em 12 meses um avanço de 5,17%.
Galípolo, que participa de missão do governo brasileiro na Indonésia, reforçou a postura do Banco Central em relação à política monetária, com taxa de juros elevada.
Depois de manter a Selic em 15% em sua decisão mais recente, o BC indicou a intenção de manter a taxa nesse nível por um “período bastante prolongado”, para conduzir a inflação para a meta contínua de 3%.
“A economia brasileira vem passando por um ciclo de crescimento contínuo e, ainda assim, com nível de inflação que, apesar de fora da meta, demanda que o Banco Central permaneça com a taxa de juros em patamar elevado e restritivo por um período prolongado, para que possamos produzir essa convergência, mas conseguindo combinar nível baixo de desemprego, crescimento positivo e inflação que, olhando para níveis históricos, está dentro de um patamar baixo”, disse ele.