MRV (MRVE3): O que fez o BB reduzir o preço-alvo das ações
 
						O BB Investimentos reduziu o preço-alvo das ações da MRV (MRVE3) de R$ 14 para R$ 12, estimado para o final de 2026.
Segundo a casa, a revisão considera os resultados do segundo trimestre (2T25) e os números apresentados pelas prévias operacionais relativas ao 3T25.
Apesar do corte, o banco manteve a recomendação de compra para os papéis, que são negociados a R$ 7,42, o que implica um potencial de valorização de 62%. Acompanhe em tempo real:
Em relatório, o analista Felipe Mesquita, do BB, afirma que a MRV segue operando em nível competitivo e resiliente, embora as fortes bases de comparação limitem a percepção de crescimento neste trimestre.
De acordo com ele, ainda há descasamentos regionais que afetam os resultados — relacionados a cheques não repassados —, mas a expectativa é de normalização gradual até o fim do ano, o que tende a fortalecer a geração de caixa da companhia.
Reestruturação da Resia
Mesquista destaca que as análises que merecem mais atenção se concentram nos números internacionais da construtora, por meio da sua subsidiária norte-americana Resia.
“Ainda que tenha ocorrido a venda de alguns terrenos que estavam em seu landbank, como parte do processo de reestruturação da Resia que deve se estender até 2026, novos investimentos e despesas estruturais levaram a um consumo de caixa acumulado de US$ 31,6 milhões no ano”, aponta.
A expectativa, na visão do analista, é que, à medida que o banco de terrenos seja ajustado para a nova realidade da operação e que os empreendimentos em andamento atinjam a maturidade e possam ser negociados a preços condizentes, a alavancagem da MRV volte a patamares mais confortáveis.
“O mercado segue atento às medidas de reestruturação da Resia, que visam estancar a queima de caixa e reduzir o endividamento. A estrutura financeira consolidada ainda pesa sobre os resultados, já que o custo da dívida tem corroído parte dos ganhos operacionais”, explica Mesquita.
Desempenho e perspectivas
As ações MRVE3 avançam 34% em 2025, se descolando significativamente da forte alta de 61% do índice setorial IMOB, embora ainda supere os +24% do Ibovespa no mesmo intervalo.
Segundo o BB, uma recuperação mais consistente dos papéis da construtora depende de sinais claros de desalavancagem e de uma queda nos juros tanto no Brasil, que aliviaria o peso da dívida, quanto nos Estados Unidos, que aumentaria a atratividade dos empreendimentos da Resia.
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Tese de investimentos
O relatório também destaca que, apesar do consumo de caixa, a manutenção do bom desempenho apresentado pelo segmento voltado ao público Minha Casa, Minha Vida (MVMC) tem sustentado a tese em MRV.
Além disso, a construtora tem conseguido diversificação e crescimento do volume de negócios nos demais setores de atuação, como média renda, loteamentos e locação residencial.
Riscos à frente
Por outro lado, entre os principais riscos para a MRV, o BB aponta a menor disponibilidade de recursos para clientes de programas habitacionais e custos de construção acima do esperado.
O relatório também menciona a possibilidade de um ritmo mais lento nas vendas de novos lançamentos e a manutenção dos juros norte-americanos em patamares elevados, o que tende a reduzir o interesse por ativos Resia.
 
				 
				 
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