Algodão

BC alivia necessidade de estocagem de algodão aumentando referência de liquidação dos financiamentos

31 jul 2020, 11:17 - atualizado em 31 jul 2020, 11:40
Safra de algodão avança diante da crise de consumo, que obriga mais estocagem

O carrego de estoques do algodão ficará mais acessível para os produtores, após o Banco Central (BC) alterar o preço de referência da @. De R$ 77,45, passa valer, a partir de hoje (31) a referência Cepea/Esalq para o valor da fibra no mercado interno, que, a preços atualizados, está R$ 16 acima.

Em um cenário global sobrecarregado de pluma (22 milhões de toneladas de estoques, aumento de 20%) para uma demanda deprimida, que sente o peso da pandemia sobre o circuito produtor (Ásia) e consumidor (Estados Unidos e Europa), é um alento para a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). O setor não tem escolha a não ser estocar, mais ainda com a safra nacional chegando aos 41%.

A nova Resolução CMN (Conselho Monetário Nacional), assinada pelo presidente Roberto Campos Neto, na noite de ontem, eleva a capacidade de liquidação dos empréstimos tomados no Financiamento Especial para Estocagem.

No caso do algodão em plumas, o valor total de financiamento por CPF ou CNPJ é de R$ 32,5 milhões, contra os R$ 4,8 milhões de antes.

Pelo Cepea desta quinta, nas contas de Fernando Rati, gestor da Abrapa, o valor referência da @ está em R$ 93,58.

Ainda assim, abaixo do valor internacional precificado na bolsa de commodities de Nova York, apesar da crise global da fibra, com altos estoques, produção elevada e demanda comprimida, que deixam as cotações deprimidas ante os 73 a 75 centavos de dólar por libra-peso nos quais foram fixadas as exportações antes da pandemia.

Com o contrato de dezembro em torno de 62,89 c/lp, transformado em R$ por @, Rati chega ao valor de pouco acima de R$ 102.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.