Economia

BC deve ‘aguardar bastante’ para dar orientação futura sobre cortes da Selic, diz Mario Mesquita, do Itaú

16 set 2025, 10:09 - atualizado em 16 set 2025, 10:17
banco central copom selic
Reunião do Copom acontece na terça (16) e na quarta-feira (17). (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

O Banco Central (BC) deve aguardar “bastante tempo” para sinalizar qualquer orientação futura sobre o ritmo e o momento de flexibilização monetária, afirma o economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita.

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A expectativa — tanto do banco quanto do mercado — é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantenha a Selic em 15% ao ano na reunião de setembro, que acontece nesta terça (16) e quarta-feira (17), quando será anunciada a decisão.

Segundo Mesquita, a decisão de estabilidade dos juros reflete a combinação entre a cautela em meio a um ambiente externo ainda incerto e a percepção de que os efeitos defasados da política monetária seguem em curso.

Apesar de alguns avanços, como a valorização recente do real, em um contexto de dólar mais fraco, e da perspectiva de corte de juros nos Estados Unidos, outros fatores continuam a pesar. Entre eles estão a piora nas contas externas e a inflação acima da meta em termos ajustados pela sazonalidade.

O Itaú pontua que as expectativas de inflação medidas pelo Boletim Focus e implícitas nos ativos financeiros caíram de forma modesta e seguem distantes da meta.

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No lado da atividade, os sinais permanecem mistos: enquanto o mercado de trabalho mostra resiliência, os dados de Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre e pesquisas setoriais reforçam a leitura de desaceleração gradual da demanda doméstica.

Para Mesquita, o BC parece estar ganhando confiança de que a economia caminha em linha com suas projeções, sem necessidade de alterar a taxa de juros no curto prazo. Nesse cenário, o Itaú mantém a estimativa de início do ciclo de cortes da Selic apenas no primeiro trimestre de 2026.

Ainda assim, o economista reconhece que os riscos para uma redução antecipada aumentaram. Uma valorização mais intensa do câmbio ou uma desaceleração mais acentuada da atividade podem levar o Copom a iniciar o processo ainda em 2025.

Por outro lado, caso a autarquia revise suas estimativas para o hiato do produto, sugerindo uma economia mais aquecida do que o previsto, a flexibilização poderia ser adiada.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.