Bancos

BCE dá pausa na política monetária mesmo com aumento das preocupações com pandemia

16 jul 2020, 9:05 - atualizado em 16 jul 2020, 9:05
BCE Banco Central Europeu
O BCE ainda deixou claro que está pronto para fazer mais a qualquer momento, reafirmando sua antiga orientação de impulsionar a economia (ImagemREUTERS/Kai Pfaffenbach)

O Banco Central Europeu deixou inalterada a política monetária como esperado nesta quinta-feira, dando uma pausa após série de medidas extraordinárias que testaram os limites e ajudaram a zona do euro a permanecer viva durante a recessão induzida pela pandemia de coronavírus.

Lidando com o maior colapso econômico na memória viva, o BCE já está comprando enormes volumes de dívida e pagando aos bancos para emprestarem seu dinheiro, na esperança de salvar a economia do bloco até que a Europa esteja pronta para reabrir após as paralisações sem precedentes por conta do coronavírus.

Mas muitas de suas decisões foram tomadas na pressa e em geral guiadas pelo esstresse do mercado, levando alguns críticos a pedir uma pausa para examinar a efetividade e qualquer efeito colateral não intencional da política monetária.

O BCE ainda deixou claro que está pronto para fazer mais a qualquer momento, reafirmando sua antiga orientação de impulsionar a economia.

“O Conselho continua pronto para ajustar todos os seus instrumentos, conforme apropriado”, disse o BCE em comunicado, acrescentando esperar que as taxas de juros permaneçam nos níveis atuais ou mais baixos.

A pausa é sustentada por uma série de dados econômicos melhores do que o esperado após queda de dois dígitos no Produto Interno Bruto nos três meses até junho, sugerindo que a contração econômica da zona do euro pode não ter sido tão forte quanto alguns temiam.

BCE Banco Central Europeu
“O Conselho continua pronto para ajustar todos os seus instrumentos, conforme apropriado”, disse o BCE em comunicado (Imagem: Wikimedia Commons)

Mas uma segunda onda da pandemia está levantando dúvidas sobre a velocidade da recuperação, ponto destacado pelo economista-chefe do BCE, Philip Lane, que argumenta que a Europa enfrenta uma recuperação do tipo “dois passos à frente, um para trás”. Isso pode significar que dados melhores agora dão pouca orientação sobre a trajetória à frente.

Com a decisão desta quinta-feira, o BCE continua a caminho de comprar até 1,35 trilhão de euros em dívida até junho próximo segundo seu Programa Pandêmico de Compras de Emergência e até 1,8 trilhão de euros se outras comapras também forem incluídas.

Também manteve sua taxa de depósito na mínima recorde de -0,5%, quanto a principal taxa de refinanciamento permeneceu em zero.