Banco Central Europeu (BCE)

BCE enfrenta ‘trilema’ com Itália e crise energética, além da alta dos juros

21 jul 2022, 12:28 - atualizado em 21 jul 2022, 12:28
BCE
BCE enfrenta três desafios: elevar a taxa de juros para conter inflação alta; crise política na Itália e riscos de fornecimento do gás russo (Imagem: REUTERS/Kai Pfaffenbach)

O Banco Central Europeu (BCE) surpreendeu o mercado financeiro hoje. Mas isso não significa que a alta surpreendente de 0,50 ponto percentual (pp) na taxa de juros, a primeira em 11 anos, tira o “bode da sala”.

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O BCE enfrenta um “trilema”. Além de encerrar a era de juros negativos na zona do euro para conter a alta da inflação, a autoridade monetária enfrenta um momento de crise política na Itália e os riscos de uma crise energética na região da moeda única europeia.

“O BCE não é o único risco negativo”, resume o Rabobank, em relatório. O estrategista sênior do banco holandês, Bas van Geffen, cita também a reabertura do Nord Stream 1 e os problemas políticos na Itália.

“O governo da Itália está à beira do colapso”, avalia. Ele se refere ao boicote de dois partidos de centro-direita ao voto de confiança no primeiro-ministro Mario Draghi.

Ex-BCE no centro do palco

Ex-presidente do BCE na década passada, Draghi fez um novo pedido de renúncia ao cargo na Itália, abrindo caminho para eleições antecipadas no país.

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Em reação, pouco antes do meio-dia (de Brasília), o índice acionário FTSE MIB, de Milão, liderava as perdas entre as bolsas da Europa, com queda de mais de 1%.

Já o título italiano de 10 anos tinha taxa de 3,517%, de 3,370%, em meio aos riscos da chamada “fragmentação” da união monetária europeia. O processo se refere à diferença [spread] entre taxas de juros soberanos das diferentes economias da zona do euro.

Para o ING, o spread dos papéis italianos pode aumentar ainda mais agora que as eleições antecipadas parecem inevitáveis. Esse alerta ameaça o objetivo do BCE de preservar o euro.

“As ruínas políticas na Itália, desencadeadas pela decisão de Draghi de apresentar sua renúncia, são um lembrete dos desafios que o BCE enfrenta”, comentou o economista-chefe da Capital Economics, Neil Shearing, em relatório desta semana.

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Para ele, as prioridades do BCE devem ser combater a inflação e evitar a fragmentação da zona do euro. “Uma década após o compromisso de Draghi de fazer ‘o que for preciso’ para salvar o euro, [a atual presidente] Christine Lagarde deveria fazer a mesma promessa.”

BCE e o gás russo

Ao mesmo tempo, a reabertura do Nord Stream 1 traz certo alívio ao velho continente, ainda que com apenas 30% da capacidade de fornecimento do gás russo. Em contrapartida, a União Europeia (UE) busca reduzir o uso de gás russo em 15% até março do ano que vem.

Mas os níveis de capacidade do oleoduto serão monitorados de perto, pois os temores de escassez de gás permanecem altos. O governo russo poderia reduzir ainda mais ou interromper os fluxos a qualquer momento, fazendo do abastecimento uma moeda de troca.

O risco de retaliação é alto. Ainda mais depois que a Europa aprovou um sétimo pacote de sanções econômicas à Rússia.

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“Moscou oferece um vislumbre das escolhas impossíveis que o BCE está enfrentando, principalmente se a crise de energia se agravar”, afirma Bas van Geffen, do Rabobank.

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Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
olivia.bulla@moneytimes.com.br
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