Banco Central Europeu (BCE)

BCE pode aumentar juros de novo em maio para domar inflação, diz Knot

23 mar 2023, 10:54 - atualizado em 23 mar 2023, 10:54
Klaas Knot, BCE
“Ainda acho que precisamos dar outro passo em maio, mas não sei o tamanho desse passo”, disse Knot separadamente em entrevista coletiva (Imagem: REUTERS/Eva Plevier)

O Banco Central Europeu pode precisar aumentar os juros novamente em maio para combater a inflação, disse o chefe do banco central holandês, Klaas Knot, acrescentando uma voz poderosa ao crescente coro de autoridades que pedem uma política monetária mais rígida, mesmo após a recente turbulência do mercado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na semana passada, o BCE elevou a taxa de juros em 50 pontos-base, para o nível mais alto desde o final de 2008, mas não fez nenhum compromisso sobre movimentos futuros, temendo que a recente liquidação global de ações bancárias possa se transformar em uma crise mais ampla. Isso atrapalharia o que já é o ciclo de aperto mais rápido já registrado.

Mas os chefes dos bancos centrais da Alemanha, Áustria, Eslováquia e Lituânia, entre outros, já disseram que o BCE não terminou seu trabalho porque a inflação está muito alta e pode ser mais persistente do que as projeções do próprio banco central.

  • Entre para o Telegram do Money Times! Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo. Clique aqui e faça parte!

“Acho improvável que já tenhamos terminado agora”, disse Knot à Reuters em entrevista.

“É altamente questionável se manter os juros apenas em território levemente restritivo… seria suficiente para gerar a desinflação imaculada que provavelmente todos esperamos.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Ainda acho que precisamos dar outro passo em maio, mas não sei o tamanho desse passo”, disse Knot separadamente em entrevista coletiva.

A ressalva a qualquer plano de aumento de juros é que a turbulência do mercado financeiro precisa se dissipar, mas Knot disse que a Europa está “muito, muito longe” de uma crise financeira e uma escalada da turbulência não é seu cenário básico.

O verdadeiro problema é a inflação, cujas quedas rápidas recentemente podem estar mascarando que os preços anteriores da energia se infiltraram no aumento dos preços subjacentes, tornando a inflação mais difícil de controlar.

Antes impulsionada pela energia, a inflação agora é doméstica, alimentada por salários e demanda por serviços, com as pressões ainda sem mostrar uma reviravolta.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Não devemos nos deixar embalar pelo conforto”, disse Knot. “Nosso problema de inflação real é o núcleo, que ainda não mostra sinais de diminuir.”

Os mercados agora veem outro aumento de 50 pontos-base na taxa de depósito do BCE, atualmente em 3% – metade do que presumiam há apenas duas semanas, mas uma grande mudança em relação ao auge da recente turbulência do mercado, quando os investidores apostaram que o próximo movimento do BCE seria um corte.

Knot disse que a turbulência que levou à aquisição do Credit Suisse pelo UBS no fim de semana passado ainda pode impactar a política monetária se os custos de financiamento do setor privado permanecerem elevados, mas esse impacto precisa ter um “caráter forte e permanente” para mudar as perspectivas.

A boa notícia é que os acordos salariais para 2024 mostram uma desaceleração, sugerindo que a credibilidade do BCE no combate à inflação está intacta e que, em vez de uma espiral salário-preço, o crescimento moderado dos salários acabará extinguindo o aumento dos preços.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os aumentos dos juros precisam ser complementados por uma redução adicional no balanço do BCE, disse Knot, porque os 4 trilhões de euros em excesso de liquidez no sistema é um nível muito altos, então o banco deve intensificar a redução de sua carteira de títulos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual – toda semana, com curadoria do Money Picks

OBS: Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar