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Bebidas derivadas de cannabis, o próximo mercado bilionário da Ambev

06 dez 2019, 17:52 - atualizado em 06 dez 2019, 17:52
Linha de bebidas à base de cannabidiol da Just Society
O próximo barato: linha da americana Just Society é um exemplo do potencial das bebidas à base de cannabidiol (Imagem: Divulgação/Just Society)

A Ambev (ABEV3), maior cervejaria das Américas e dona de marcas como Skol, Brahma e Antárctica, prepara-se para disputar um novo e promissor mercado. Sim, trata-se das bebidas à base de cannabidiol, uma das substâncias extraídas da cannabis – a popular maconha.

Segundo o banco suíço Credit Suisse, o lançamento dos produtos deve ocorrer até o fim do ano.

Em relatório assinado pelos analistas Antonio Gonzalez, Kaumil Gajrawala e Marcella Recchia, o Credit Suisse lembra que a Ambev entrou nesse mercado há um ano, quando sua subsidiária no Canadá, a Labatt Brewing, criou uma joint-venture de US$ 100 milhões com a Tilray.

Batizada de Fluent Beverage, a parceria produzirá bebidas não alcoólicas com infusão de cannabidiol.

Estratégico

Os produtos aguardam a aprovação das autoridades canadenses. A Fluent será estratégica para a Ambev por três motivos, segundo os analistas. Primeiro, porque o Canadá já representa uma fatia importante dos seus negócios. O Credit Suisse estima que, nos últimos 12 meses, 13% das receitas líquidas consolidadas e 10% do ebitda da Ambev vieram do Canadá.

Segundo, porque as bebidas à base de cannabidiol são um mercado que pode crescer muito, e bem rápido. A consultoria Euromonitor, citada pelos analistas do banco, estima que a taxa de crescimento desse negócio apenas nos Estados Unidos, entre 2018 e 2025, será de impressionantes 53% ao ano.

Com isso, o mercado norte-americano passaria de parcos US$ 86 milhões para US$ 1,7 bilhão em apenas sete anos. O ritmo só tende a acelerar, de acordo com o Credit Suisse, pois uma série de fatores devem se alinhar.

Cerveja Skol, da Ambev
Um brinde: cervejas também podem conter cannabidiol (Imagem: Divulgação/Skol/Twitter)

Entre eles, estão a maior divulgação dessas bebidas, a facilidade de consumir um derivado de cannabis em doses bem definidas, à disposição em pontos de venda por todo o país, e a visão positiva dos consumidores de que as bebidas são um modo seguro de ingerir cannabidiol.

Revolução

Com base na Euromonitor, o Credit Suisse observa ainda que as bebidas à base de cannabidiol serão um produto “disruptivo” num mercado – o de bebidas alcóolicas e não alcóolicas – que movimentou globalmente US$ 1,3 trilhão no ano passado.

Entre os produtos que podem incorporar essa substância, estão chás, cafés, água, sucos e bebidas para praticantes de esportes e outras atividades físicas. O cannabidiol também pode ser diluído em cervejas, vinhos e coquetéis.

Nunca é demais lembrar que a Ambev não está sozinha nessa empreitada. Concorrentes de peso já exploram esse mercado há tempos. A Heineken, por exemplo, adquiriu em 2015 a Lagunitas, especializada nesse segmento. A Molson & Coors chegou em agosto de 2018, por meio de uma parceria com a canadense Hexo.

“Outras companhias, como a Diageo, The Coca-Cola Company, Pernod Ricard, Second Cup Coffe Co., entre outras, estão declaradamente ‘em negociações’ ou já explorando alternativas no mercado de infusões de cannabidiol”, afirma o Credit Suisse.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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