Eleições

Biden vs Trump: 3 finais possíveis da eleição americana e seus impactos nos mercados

17 set 2020, 20:31 - atualizado em 18 set 2020, 7:04
Donald Trump
Segundo pesquisa divulgada pela Reuters na última quarta-feira (17), Biden está 9 pontos percentuais na frente de Donald Trump (Imagem: REUTERS/Carlos Barria)

A corrida presidencial americana, entre o candidato democrata Joe Biden e o republicano Donald Trump, começa a ganhar força. Enquanto isso, investidores fazem as contas para saber como a eleição de um ou do outro irá impactar os mercados.

Segundo pesquisa divulgada pela Reuters na última quarta-feira (17), Biden está 9 pontos percentuais na frente de Donald Trump. Porém, o levantamento aponta que 9% dos eleitores estão indecisos.

Pensando nos desdobramentos das eleições americanas, a XP Investimentos traçou três cenários prováveis para o desfecho do pleito eleitoral.

Primeiro cenário: Jon Biden se elege, mas com Congresso dividido

O primeiro cenário traçado pela XP é de uma vitória do democrata Joe Biden, mas com os republicanos mantendo o controle do Senado.

“‘Consideramos que seria um cenário positivo para os investimentos, já que as propostas mais arrojadas de Joe Biden teriam que ser negociadas e moderadas para ser aprovadas”, afirmou.

Além disso, a corretora observa que Biden teria dificuldades de emplacar propostas mais radicais, como a quebra do monopólio de empresas de tecnologia e a proibição de seguros de saúde privados.

Segundo cenário: Trump se elege com Congresso dividido

Esse cenário não mudaria muito o que está posto atualmente. Donald Trump seria eleito em um Congresso dividido, com republicanos retendo maioria no Senado, e democratas na Câmara, “o que seria também positivo para os mercados”, afirma a XP.

“A vitória de Trump significaria que não haveria novos aumentos de impostos ou mudanças relevantes no sistema de saúde, como defendido pelos democratas. Do mesmo modo, o controle democrata da Câmara dos Democratas implicaria a moderação de propostas republicanas mais arrojadas, o que fomentaria estabilidade política”, argumenta.

Joe Biden
Biden só conseguiria conquistar o Senado e se fosse eleito com ampla margem, o que as pesquisas não indicam (Imagem: Facebook/ Joe Biden)

Nos dois cenários, a equipe de analistas da corretora calculam uma reação dos mercados semelhante, com S&P em 3.550 pontos e o Ibovespa (IBOV) em 115 mil pontos ao fim de 2020. O dólar seguiria dentro da expectativa, em R$ 5,20 até o fim do ano.

Terceiro cenário: Jon Biden se elege com ampla margem e Congresso favorável

Para a XP, esse seria o cenário mais improvável e o pior para os mercados. Biden só conseguiria conquistar o Senado se fosse eleito com ampla margem, o que as pesquisas não indicam.

“Não acreditamos que este cenário deve se materializar dado a tendência positiva, ou ao menos de estabilidade, nas variáveis de maior peso na definição da eleição, como o Covid-19 e a economia, que devem favorecer Trump e diminuir a vantagem do democrata”, disse.

Com o controle do Congresso, Biden encontraria pouca resistência para avançar com propostas mais arrojadas, como o aumentos de tributos, regulação antitruste mais agressiva e controles de preços de medicamentos.

“A maior parte dos setores sofreria com aumento de impostos, mas o farmacêutico e de energias não renováveis sofreriam mais devido a reorientação da Casa Branca”, analisa.

Nesse cenário, o S&P poderia cair dos 3.357 pontos atuais para 2.900 pontos no final do ano, 18% abaixo do cenário atual.

Caso o S&P 500 tenha uma forte queda, dificilmente o Ibovespa passaria ileso, segundo o Estrategista-Chefe Fernando Ferreira. A Bolsa brasileira poderia cair 10%, para 90 a 93 mil pontos. No caso do dólar, a moeda alcançaria R$ 5,36 no final de 2020.

“Pensando em riscos para essas projeções, pelo choque no mercado americano ter uma configuração mais local e que deve ser contrabalanceado de alguma forma pelo Fed, os efeitos no Brasil tendem a ser limitados e podem ser menores do que estimamos, não maiores”, ressaltou.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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