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Bilionário Arnault teria perdas com venda de fatia em Carrefour

14 jan 2021, 13:55 - atualizado em 14 jan 2021, 13:55
Carrefour (CRFB3)
A Couche-Tard ofereceu 20 euros por ação da rede de supermercados francesa (Imagem: REUTERS/Nacho Doce)

O veículo de investimento do bilionário Bernard Arnault teria prejuízo com sua participação no Carrefour se a varejista francesa for comprada pela canadense Alimentation Couche-Tard.

Arnault, que acabou de concluir a aquisição da Tiffany & Co. pela LVMH por US$ 16 bilhões, agora está diante do novo acordo transatlântico, desta vez envolvendo a venda de uma fatia de 5,5% no Carrefour do Groupe Arnault.

O acordo foi suspenso depois que o governo francês sinalizou oposição inicial à oferta de US$ 20 bilhões. Se o negócio for retomado, Arnault terá pela frente um preço de oferta equivalente a menos da metade do nível da cotação das ações do Carrefour quando investiu na empresa.

A Couche-Tard ofereceu 20 euros por ação da rede de supermercados francesa. As ações do Carrefour eram negociadas a 47 euros, em média, em março de 2007, quando o Groupe Arnault comprou os papéis.

A preço de mercado, o negócio avaliou sua participação em cerca de 1,5 bilhão de euros (US$ 1,8 bilhão). A Couche-Tard está oferecendo 900 milhões de euros pela participação do grupo de investimento.

A oferta da Couche-Tard representava um prêmio de cerca de 29% sobre o preço de fechamento do Carrefour na terça-feira, quando a Bloomberg divulgou o acordo pela primeira vez. O preço da oferta pode subir se as empresas estiverem dispostas a negociar, segundo pessoas a par do assunto.

Investidores bilionários

Arnault tem patrimônio mais do que suficiente para absorver quaisquer perdas de sua aposta no Carrefour. Junto com Elon Musk, Jeff Bezos e Bill Gates, ele faz parte de um grupo rarefeito de super-ricos globais com patrimônio líquido de mais de US$ 100 bilhões, de acordo com o Índice de Bilionários da Bloomberg. Sua fortuna teve pouca variação neste ano, após se recuperar da crise em 2020 causada pela pandemia.

Além da família Arnault, outro clã francês bilionário com investimentos no Carrefour é a família Moulin, fundadora do grupo de lojas de departamento Galeries Lafayette. Abilio Diniz é outro entre os chamados acionistas-âncora do Carrefour.

Os três acionistas podem apoiar o negócio, desde que o preço permaneça acima de 20 euros e seja principalmente pago em dinheiro, “apesar do fato de que continuariam perdendo dinheiro devido aos seus pontos de entrada muito elevados”, disse Clement Genelot, analista da Bryan, Garnier & Co.

Por meio do veículo de investimento Motier, a família Moulin é a maior acionista do Carrefour, com participação de 9,8%. A empresa investiu na varejista em abril de 2014, quando o preço médio da ação era de 29 euros.

O grupo de Arnault é o terceiro maior acionista do Carrefour, depois da família Moulin e da Península, empresa de investimentos de Diniz, cuja participação era de 7,61% em 31 de dezembro de 2019.

Representantes do Groupe Arnault, Galeries Lafayette e Diniz não quiseram comentar sobre suas participações no Carrefour.

O filho de Arnault, Alexandre, está no conselho do Carrefour desde abril de 2019, enquanto um executivo do grupo, Nicolas Bazire, está no conselho há pelo menos 12 anos.

O presidente do conselho da Galeries Lafayette, Philippe Houze, genro de Ginette Moulin – que é a neta bilionária do fundador da rede de lojas de departamentos – ingressou no conselho em junho de 2015. Diniz foi nomeado em maio de 2016.

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