Comércio

Black Fraude? Pesquisa revela que produtos ficam até 70% mais caros na véspera da Black Friday

26 nov 2020, 14:53 - atualizado em 27 nov 2020, 4:07
Até mesmo bens que apresentaram queda nos meses anteriores, como purificadores de água, smartband e liquidificadores, não escaparam do aumento  (Imagem: Agência Brasil)

A Black Friday, que surgiu originalmente nos Estados Unidos, entrou no calendário de compras dos brasileiros. De alimentos a eletrodomésticos, praticamente toda a cadeia de comércio adere às promoções. Mas até que pontos esses descontos são reais?

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR) indica que se o consumidor não tomar cuidado pode cair na famosa “Black Fraude”. Os dados mostram que alguns produtos ficaram até 70% mais caros em novembro.

O estudo acompanhou os valores de 6.500 itens em 30 categorias entre junho e 15 de novembro e constatou que “houve reajuste de preços para todas as classes na primeira quinzena de novembro, sendo 50% de reajustes fortes (acima de 25%) e 40% de reajustes médios (abaixo de 25%)”.

Entre os produtos que mais tiveram alta nos quinze dias que antecedem a Black Friday, está home theaters (+69,6%), frezeers (+63,5%), ventiladores (+46,3%), micro-ondas (+46%) e câmeras e filmadoras (+43,7%).

Até mesmo bens que tiveram quedas nos meses anteriores, como purificadores de água, smartband e liquidificadores, não escaparam do aumento na véspera da data promocional.

Para Claudio Felisoni de Angelo, economista e presidente do IBEVAR, este movimento do varejo dias antes da Black Friday surpreende.

“O título promoção acaba, muitas vezes, sendo apenas uma miragem, ilusão. Existem, entretanto, importantes organizações que, infelizmente, acabam sendo prejudicadas em razão do comportamento oportunista da média do mercado”, comenta.

Além disso, o economista destaca que as decisões de compras são movidas por aspectos não racionais.

“Um outro estudo realizado pelo IBEVAR mostrou que cerca de 70% das pessoas associam números quebrados (R$ 9,99, R$999,90, por exemplo) a uma promoção, mesmo que ela não exista. O mesmo acontece na Black Friday, pois sua simbologia carrega na comunicação a ideia de uma vantagem, que, muitas vezes, pode não ser real”, analisa.

Para se livrar de ser tapeado, não tem jeito: é preciso acompanhar o preço do produto para saber se está barato ou não.

“É fundamental que o consumidor, antes de comprar, tenha acompanhado ou comparado esses valores, para verificar se há realmente uma promoção”, conclui Angelo.

Confira a variação das 30 categorias analisadas pelo Ibevar:

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
Linkedin
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.