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Black Rock vende ações da Azul

22 nov 2021, 19:03 - atualizado em 22 nov 2021, 19:03
Blackrock
De acordo com a empresa, a gestora de ativos ficou com 4,94% das ações da Azul após a venda (Imagem: Facebook/Blackrok)

O Black Rock vendeu ações da Azul (AZUL4), informou a companhia aérea nesta segunda-feira (22).

De acordo com a empresa, a gestora de ativos ficou com 4,94% das ações da Azul após a venda.

“O objetivo das participações societárias é estritamente de investimento, não objetivando alteração do controle acionário ou da estrutura administrativa da companhia”, disse a empresa.

Ponte Aérea Rio-São Paulo: Depois do Zoom, ela já não é mais a mesma (para azar da Azul e da Gol)

Após o período mais grave da pandemia e das restrições necessárias para combatê-la, o setor de viagens espera retomar e, quem sabe, até mesmo superar os patamares de 2019 no próximo ano. No entanto, esta não será uma tarefa fácil, sobretudo para o segmento de viagens corporativas.

Isto porque, a Ponte Aérea Rio–São Paulo, principal filão desse segmento, nunca mais será a mesma, com ou sem pandemia. Nos tempos pré-Covid-19, a rota que liga os dois maiores centros financeiros do país movimentava cerca de 26,5 mil pessoas diariamente, em mais de 100 voos.

“Esse movimento vai diminuir, porque os contatos foram muito facilitados com a chegada de plataformas como Zoom e Google Meet“, afirmou Gervasio Tanabe, presidente da Abracorp (Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas), ao Money Times.

É claro que isso não significa o fim das companhias aéreas que operam essa rota. Tanabe lembra que, por mais importante que ela seja, a Ponte Aérea Rio-São Paulo responde por apenas cerca de 10% dos voos domésticos.

Ainda dá para investir na Azul e Gol?

A redução do movimento no eixo Rio-São Paulo também preocupa o CEO da Trevisan Escola de Negócios, VanDyck Silveira. “Isso representaria uma queda de mais 10% das receitas das companhias”, avalia. “Por isso, elas terão que encontrar novos trechos com o mesmo nível de ocupação, de, pelo menos, 80% ou 90%”, completa.

Mas, para quem pensa em investir nas ações das companhias aéreas, o que isso tudo representa? Silveira não está otimista com essas empresas. “Não acho que seja o momento para investir no setor. As ações da Azul e da Gol estão baratas, mas há outras coisas mais baratas e com melhores perspectivas”, argumenta.

Para o CEO da Trevisan, a Azul é a que pode se prejudicar mais com a retração da ponte aérea, devido a contar com poucos voos internacionais. Apesar disso, é, também, a que possui mais trunfos para lidar com a situação. “Investir na Azul é melhor, porque eles foram mais astutos financeiramente, pois fizeram um acordo com a Embraer (EMBR3) e o BNDES para suas operações. Com esse acordo, a companhia está com aviões mais novos e faz alguns dos seus pagamentos em real, fugindo da alta do dólar e da volatilidade da moeda brasileira”, conclui.

Ainda há um gota de esperança

Para o analista da Eleven, Alexandre Kogake, a Gol seria a mais impactada, pois possui o maior número de voos no eixo Rio-São Paulo. “O impacto é maior na Gol, pois a Azul opera em rotas do interior”, afirma. Ele pondera, porém, que é difícil estimar o efeito em cada companhia, pois elas não divulgam dados detalhados dessas rotas.

De qualquer modo, Kogake é mais otimista que Silveira, da Trevisan, e Tanabe, da Abracorp., e minimiza o efeito da queda do movimento entre Rio e São Paulo. “O impacto deve ser pequeno e concentrado em viagens para fins mais burocráticos do dia a dia das empresas”, diz. “Mas o fechamento de negócios e outras coisas mais importantes devem continuar a estimular viagens aéreas”, completa.

Desse modo, o analista possui uma visão positiva para Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4), com recomendação de compra para ambas e preço-alvo de, respectivamente, R$ 54 e R$ 33.

Repórter
Formado em jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em Julho de 2021. Bruno trabalhou no Money Times, como estagiário, entre janeiro de 2019 e abril de 2021. Depois passou a atuar como repórter I. Tem experiência com notícias sobre ações, investimentos, empresas, empreendedorismo, franquias e startups.
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Formado em jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em Julho de 2021. Bruno trabalhou no Money Times, como estagiário, entre janeiro de 2019 e abril de 2021. Depois passou a atuar como repórter I. Tem experiência com notícias sobre ações, investimentos, empresas, empreendedorismo, franquias e startups.
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